Polícia Federal indiciou por corrupção passiva Andrea Matarazzo, ex-secretário de Alckmin, de Serra, de Covas, de Kassab, ex-ministro de FHC e vereador em São Paulo pelo PSDB
Matarazzo, sorrindo, entre os não menos sorridentes Alckmin e Serra
Vereador tucano Matarazzo é indiciado por corrupção passiva
do Vermelho
A Polícia Federal indiciou o vereador de São Paulo Andrea Matarazzo
(PSDB) por considerar que ele recebeu propina do grupo francês Alstom
quando foi secretário estadual de Energia, em 1998.
A PF investigou negócios da Alstom com o governo de São Paulo entre 1995
e 2003, período em que o estado foi governado por sucessivas
administrações tucanas – Mário Covas (1995-2001) e Geraldo Alckmin
(2001-2006).
O trabalho da polícia se baseou em informações obtidas inicialmente pelo
Ministério Público da Suíça. O inquérito foi concluído em agosto do ano
passado e está desde então à espera de um parecer do Ministério Público
Federal.
No relatório final do inquérito, o delegado Milton Fornazari Junior cita
como evidência para indiciar Matarazzo uma troca de mensagens de 1997
em que executivos da Alstom discutiriam o pagamento de vantagens para o
PSDB, a Secretaria de Energia e o Tribunal de Contas.
Embora seu nome não seja mencionado como destinatário de pagamentos, a
polícia concluiu que ele foi um dos beneficiados por causa da posição
que ocupava na época de um dos contratos da Alstom. Matarazzo foi
secretário por oito meses em 1998.
A PF indiciou Matarazzo por suspeita de corrupção passiva. O procurador
Rodrigo de Grandis, que está com o inquérito há um ano, disse à Folha
que não poderia se pronunciar sobre o processo porque ele corre sob
sigilo.
Segundo Fornazari, a mensagem que incriminaria Matarazzo se refere a um
contrato de R$ 72 milhões para fornecimento de equipamentos para a EPTE,
empresa que era controlada pelo Estado e que mais tarde foi
privatizada.
Além de Andrea Matarazzo, a Polícia Federal também indiciou dois
executivos da Alstom no Brasil e dois ex-dirigentes da EPTE que
participaram das negociações do contrato, Eduardo José Bernini e
Henrique Fingermann.
"Ainda que não haja provas de eles terem recebido valores em espécie,
está devidamente comprovado nos autos que foram eles, em última
instância, que possibilitaram o sucesso da implementação [do contrato]",
afirma o relatório do delegado Fornazari.
Arquivamento da investigação
Por meio de nota, vereador tucano de São Paulo Andrea Matarazzo afirmou
que nunca teve "conhecimento nem houve qualquer discussão" sobre o
contrato no período em que foi secretário de Energia, entre janeiro e
agosto de 1998. O vereador disse que seus advogados já pediram o
arquivamento da investigação.
A advogada Carla Domenico disse que os ex-dirigentes da EPTE Eduardo
José Bernini e Henrique Fingermann não cometeram irregularidades e foram
acusados em razão das funções que tinham. O advogado da Alstom do
Brasil Roberto Lopes Telhada afirmou que os executivos da empresa no
país não cometeram ilegalidades.
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