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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 02, 2013

Ao espionar Dilma e o presidente do México, EUA matou sua galinha dos ovos de ouro

A arrogância dos EUA de espionar presidentes estrangeiros - Dilma e Peña Nieto não devem ser os únicos - e ainda por cima não tomar medidas convincentes para se retratar e mudar de rumo, pode ter sido o maior erro político e econômico dos EUA dos últimos tempos.

Ao voltar o aparato de espionagem da guerra fria para a espionagem comercial e politica de países não hostis, os EUA perdeu aquilo que se chama "corações e mentes".

A tendência de quase todos os outros países do mundo deverá ser se unirem para reduzir a hegemonia dos EUA na internet, buscando uma governança multilateral para a rede. Haverá forte resistência a fazer contratos tecnológicos com empresas estadunidenses, várias colaboracionistas com o bisbilhotamento governamental. Novas compras de armamentos bélicos, só os países fortemente dependentes dos EUA farão. O resultado a médio prazo é a perda de mercado no setor de tecnologia da informação, um dos setores mais importantes para economia estadunidense.

Os EUA foram pioneiros da internet e suas grandes empresas tiveram papel fundamental na disseminação da rede mundo a fora. Em troca, conquistaram o domínio econômico e da infra-estrutura desse setor. Mas agiram como a estória do ganancioso que mata a galinha dos ovos de ouro.

China, países industrializados da Europa, Japão, Rússia e Índia devem estar esfregando as mãos com as oportunidades de negócios e desenvolvimento que se abrem. O Brasil também começará a rir tão logo passe o efeito da notícia que o coloca como vítima da bisbilhotagem. A tendência é o aumento do comércio e da cooperação técnica e econômica entre estes países, junto à grande maioria das outras nações com histórico de oprimidas por políticas imperialistas.

Quem duvida, basta ver o que acontece com o sistema de TV Digital nipo-brasileiro. Criado depois do sistema estadunidense, em poucos anos já domina quase todos os países da América latina e começa a entrar na África. Coisa semelhante pode acontecer com sistemas que fazem a internet funcionar.

ISDB-T é o sistema nipo-brasileiro
ATSC é o sistema estadunidense
DVB-T é o sistema europeu
DTMB é o sistema Chinês.
El Salvador e Honduras voltaram atrás na decisão pelo sistema americano e reabriram processo de escolha.
*osamigosdopresidentelula

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