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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 05, 2013

Brasil é o BRIC mais “avançado socialmente”, segundo o novo “IPS”


Novo índice mede o progresso de uma nação por meio de resultados sociais e ambientais
SÃO PAULO - O Brasil foi considerado o País mais avançado socialmente do BRIC (grupo composto também pela Rússia, Índia e China), de acordo com o novo índice global IPS (Índice de Progresso Social), lançado nesta quarta-feira (4) durante a Conferência Ethos 2013.
Em relação aos países da América do Sul, ele está em terceiro, atrás do Chile (14º) e da Argentina (15º). No ranking mundial, o Brasil figura na 18ª posição dos 50 países pesquisados, com uma pontuação de 52,27.
O IPS foi desenvolvido pelo professor Michael Porter, da Harvard Business School, e pela Instituição Social Progress Imperative, em conjunto com economistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Diferente de outros indicadores que analisam aspectos econômicos, como o PIB, ele mede o progresso de uma nação por meio de resultados sociais e ambientais. Para isso, são utilizados dados do Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde.
O índice tem como base três indicadores que apontam o progresso social de cada país: necessidades humanas básicas (água potável, moradia, saneamento básico, etc), fundamentos de bem-estar (acesso à informação, saúde e bem-estar, conhecimento básico) e oportunidades (liberdade individual, acesso à educação superior, direitos, etc).
No índice mundial, a Suécia está classificada como o país mais avançado socialmente do mundo, com 64,81 pontos. Ela é seguida pelo Reino Unido, Suíça e Canadá. Confira abaixo a lista dos primeiros 25 países:
Ranking Global de Progresso Social
PosiçãoPaísPontuação

1Suécia64,81
2Reino Unido63,41
3Suíça62,80
4Canadá62,63
5Alemanha62,47
6Estados Unidos 61,56 
7Austrália 61,26 
8Japão 61,01
9França 60,70 
10Espanha 60,43 
11Coreia do Sul 59,86 
12Costa Rica 57,36 
13Polônia 56,92 
14Chile 56,60 
15Argentina 56,32 
16Israel 54,79 
17Bulgária 54,08 
18Brasil 52,27 
19Emirados Árabes 50,89 
20Turquia 50,69 
21Rep. Dominicana 50,52 
22Colômbia 50,52 
23Tailândia 50,28 
24Peru 50,00 
25México 49,73 

Brasil
Segundo o IPS, o Brasil demonstrou ao longo dos últimos anos um grande progresso social, mas ainda há o que melhorar. Começando pela dimensão de necessidades humanas básicas, o País carece em segurança pessoal. No item, ele ficou em 46º lugar de 50 países.
Já em fundamentos de bem-estar, o Brasil precisa melhorar em acesso a cuidados médicos de qualidade. Em oportunidades, o País deve melhorar nos índices relacionados ao respeito às mulheres e acesso à educação superior. Ainda neste item, vale destacar que o País foi o segundo colocado em tolerância e respeito, perdendo apenas para os Estados Unidos no quesito.
“O Brasil tem um desempenho superior ao dos outros países do BRIC no Índice, mas quanto mais um país avança, maior é a demanda por progresso social e menos tolerante é sua sociedade a desigualdade, pobreza e deficiências no atendimento das necessidades humanas básicas”, disse o diretor executivo do Social Progress Imperative, Michael Green.
No Social Progress Interative via Contextolivre

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