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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 09, 2013

Carta de apoio a Genoino chega a 2 mil adesões na internet


“A carta não joga pedras em ninguém, é apenas uma demonstração de afeto e respeito para quem de fato o merece”, diz a escritora Denise Paraná, uma das organizadoras da iniciativa
por Redação RBA


Genoino, a mulher, Rioco, a filha Miruna e o bordado feito a várias mãos com verso de Mario QuintanaSão Paulo – A carta de apoio ao deputado federal José Genoino se aproximava na manhã deste domingo (8) de 2 mil adesões, dois dias depois de ser colocada no ar. As assinaturas à mensagem lançada na sexta-feira por um grupo de pessoas próximas a Genoino são feitas pela internet. O texto intitulado “Nós estamos aqui” é, segundo os organizadores, uma “manifestação suprapartidária de afeto” ao deputado. A iniciativa já conta com o endosso de intelectuais, políticos, juristas, jornalistas, artistas, educadores ligados a vários setores da sociedade. E teve como inspiração um sentimento de indignação diante das decisões dos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).
Há dez dias, ministros da corte, apesar de expressar respeito pela história e o caráter de José Genoino, rejeitaram embargos de declaração apresentados pela defesa, mantendo a postura considerada equivocada, para alguns, viciada, para outros, por parte do STF. A condenação a 6 anos e 11 meses, decidida no ano passado, é considerada por especialistas fruto de um julgamento partidarizado e violador de normas do direito – como existência de provas e cerceamento da defesa –, sob pressão dos setores da imprensa tradicionalmente hostis aos governos de Lula e Dilma. 

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DIRCEU: SE TIVER QUE SER PRESO, QUE SEJA DE FORMA MIDIÁTICA

*Ajusticeiradeesquerda
 

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