Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 07, 2013

o povo organizado é autogestionado!

Cansei de ver o povo por baixo,
não falo só do povo brasileiro,
falo dos irmãos de todo o mundo.

Pessoas trabalhando muito a vida inteira,
para conseguir viver, para sobreviver.
Tanto trabalho não lhes deu felicidade,
como prometia a TV.
Nem lhes deu riqueza, como prometiam nas escolas. Nem lhes deu paz, como prometido na igreja.
Tanto trabalho lhes deu foi doença, e quando mais precisaram não havia disponível o tratamento necessário na saúde pública.
Lá na saúde privada a coisa era outra, tinha saúde a esbanjar, para quem pudesse pagar.
Mas tamanho benefício não era pra pobre trabalhador e sim para o patrão explorador.
O patrão? Ah sim, o grande patrão, se dizia homem tão bom: dava trabalho pra tanta gente, sem trabalho morriam de fome esses coitados.
O que não calculava esse povo é de onde somava tanta fartura o seu senhor.
Pois eu lhes digo, amigo, a fortuna desse rico vagabundo vem do teu suor diário, da tua labuta ardida que junto a dos teus semelhantes fazem somar mais e mais na montanha de grana do megaempresario, do latifundiário, do banqueiro, do governante e do pastor engravatado.

7 de setembro não é dia de comemorar, é dia de luto. Veste preto dos pés à face, te junta ao grito dos excluídos. Chega de bater palmas para o opressor, é hora de resistir. Os milicos, as elites, os detentores do poder, estes sentirão o amargo sabor de ver esse castelo cair. O povo já cansou de servir de mula, agora é a nossa vez de dizer como as coisas vão ser: sem patrão, sem polícia, sem milico, sem político metido a governante... o povo organizado é autogestionado!

Que o nosso único senhor sejamos nós mesmos. Sem pátria ou nação, o nosso lar é o mundo, onde todos somos irmãos.

~Texto de Henrique Sant'Anna
Cansei de ver o povo por baixo,
não falo só do povo brasileiro,
falo dos irmãos de todo o mundo.

Pessoas trabalhando muito a vida inteira,
para conseguir viver, para sobreviver.
Tanto trabalho não lhes deu felicidade,
como prometia a TV.
Nem lhes deu riqueza, como prometiam nas escolas. Nem lhes deu paz, como prometido na igreja.
Tanto trabalho lhes deu foi doença, e quando mais precisaram não havia disponível o tratamento necessário na saúde pública.
Lá na saúde privada a coisa era outra, tinha saúde a esbanjar, para quem pudesse pagar.
Mas tamanho benefício não era pra pobre trabalhador e sim para o patrão explorador.
O patrão? Ah sim, o grande patrão, se dizia homem tão bom: dava trabalho pra tanta gente, sem trabalho morriam de fome esses coitados.
O que não calculava esse povo é de onde somava tanta fartura o seu senhor.
Pois eu lhes digo, amigo, a fortuna desse rico vagabundo vem do teu suor diário, da tua labuta ardida que junto a dos teus semelhantes fazem somar mais e mais na montanha de grana do megaempresario, do latifundiário, do banqueiro, do governante e do pastor engravatado.

7 de setembro não é dia de comemorar, é dia de luto. Veste preto dos pés à face, te junta ao grito dos excluídos. Chega de bater palmas para o opressor, é hora de resistir. Os milicos, as elites, os detentores do poder, estes sentirão o amargo sabor de ver esse castelo cair. O povo já cansou de servir de mula, agora é a nossa vez de dizer como as coisas vão ser: sem patrão, sem polícia, sem milico, sem político metido a governante... o povo organizado é autogestionado!

Que o nosso único senhor sejamos nós mesmos. Sem pátria ou nação, o nosso lar é o mundo, onde todos somos irmãos.

~Texto de Henrique Sant'Anna

Nenhum comentário:

Postar um comentário