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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, fevereiro 18, 2014

    ZÉ DE ABREU CRITICA ‘MENSALÃO’ E CONTA TER DOADO R$ 1 MIL A JOSÉ DIRCEU




Amigo do ex-ministro, que conheceu na faculdade de Direito, em 1967, ator global diz que fez a doação "para dividir a pena com ele"; em entrevista, criticou a Ação Penal 470, conduzida pelo STF; "Foi um ponto fora da curva", disse; e diretamente o presidente da Corte, Joaquim Barbosa: "O Joaquim foi tudo: acusador, juiz. Fez tudo sozinho. Discutiu, atropelou colegas"

17 DE FEVEREIRO DE 2014 

247 – Amigo e solidário ao ex-ministro José Dirceu, quem conheceu na faculdade de Direito, em 1967, o ator global José de Abreu contou ter doado R$ 1 mil na campanha que arrecada verba para o pagamento da multa do condenado na Ação Penal 470. Em entrevista ao jornal O Globo, disse que doou "para dividir a pena com ele".

Para Zé de Abreu, a iniciativa dos petistas é "legítima". Ele contou não ter visitado ainda o amigo na Penitenciária da Papuda, em Brasília, pois grava "todos os dias". Mas afirma ter a impressão de que, em breve, "vão ter que cumprir a lei e deixá-lo trabalhar". Segundo ele, o fato de Dirceu estar cumprindo o regime fechado, mesmo tendo sido condenado ao semiaberto, "é outra ilegalidade".

No ar com a novela das seis na Globo, "Joia Rara", o ator que é destaque no Twitter, onde diz tudo o que pensa, e duro crítico da Ação Penal 470 voltou a colocar sua posição sobre o julgamento. "Não concordo com esse julgamento. Foi um ponto fora da curva. Totalmente político", declarou ao jornalista Cássio Bruno.

E diretamente contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, disparou: "o Joaquim foi tudo: acusador, juiz. Fez tudo sozinho. Discutiu, atropelou colegas, muitas vezes o (ministro Ricardo) Lewandowski. Ele agora está aí: não prende o (ex-deputado Roberto) Jefferson. Sem dúvidas foi um julgamento extremamente midiático".

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