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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, fevereiro 25, 2014

Uma lição de liberdade, que não é um valor meramente individual, mas a sensação de pertencer e ser útil a uma coletividade.

http://videos.clicrbs.com.br/rs/zerohora/video/geral/2014/02/zhdoc-como-vivem-cubanos-programa-mais-medicos/65037


A lição de liberdade dos “escravos” cubanos. Assista e veja que o ser humano pode não ser mesquinho

24 de fevereiro de 2014 | 12:57 Autor: Fernando Brito
zhdoc
A reportagem em vídeo no final do post não é de um site esquerdista.
É o trabalho honesto de dois repórteres da gaúcha Zero Hora – Itamar Melo e Larissa Roso -que, simplesmente, deixam os médicos cubanos falarem livremente e dá camera e microfone para alguns de seus pacientes.
E os cubanos, pessoas visivelmente simples, explicam como vivem e porque sabem que seu país ganha dinheiro com o seu trabalho.
Uma lição de liberdade, que não é um valor meramente individual, mas a sensação de pertencer e ser útil a uma coletividade.
E uma triste lição de como nos tornamos escravos de uma vida que não tem valores senão o dinheiro e o status.
Assista. Mande para seus amigos.
É mais convincente e emocionante que qualquer discurso.
Por que é simples, tão simples que poucos acreditam que possa existir.
Mas existe.
E isso não há ódio que possa desmentir.
*Tijolaço

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