CHEbola

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.

É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.

É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.

Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.

Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

CAETANO VELOSO NÃO VAI MAIS ASSINAR COLUNA EM O GLOBO - SEM LENÇO E SEM DOCUMENTO

JORNAL DA FAMÍLIA MARINHO SÓ NÃO SABE É COMO FAZER PARA MANDAR CAETANO EMBORA.

Que Caetano Veloso vai 'rodar' não há qualquer dúvida. O conteúdo de sua coluna no último Domingo dia 16/02/2014 - apoiando a pessoa do Deputado Marcelo Freixo - e fazendo pesadas críticas ao comportamento do Jornal, que publicou diversas matérias associando Freixo aos autores do ato de soltar o rojão que vitimou o cinegrafista Santiago Andrade, caiu como uma BOMBA na Redação e soltou estilhaços que foram parar na SALA DO CHEFE.

Não havia como impedir a publicação do texto escrito por Caetano, mas, ficou claro que foi a partir daí que a coisa começou a virar contra a postura do Jornal, que se viu então na obrigação de publicar um EDITORIAL, defendendo sua linha jornalística. A EMENDA FOI PIOR QUE O SONETO, e o jornal teve ainda que, para aparentar uma postura democrática, abrir espaço para a resposta de Marcelo Freixo, que saiu publicada hoje (18/02) e veio MUITO FORTE, quase nocauteando atordoados REDATORES.

Caetano Veloso tem, como ele mesmo já escreveu um interlocutor, que faz a ponte entre ele e o jornal. Caetano não gosta de ser 'monitorado' e nem tem um comportamento "dócil" e previsível como a maioria de colunistas do jornal, alinhados com o pensamento conservador e de extrema direita que O Globo sempre teve. Caetano manifestou o seu desconforto com tudo o que aconteceu, e deixou escapar sua decepção com a postura de muitos dentro do jornal.

O Globo não quer mais saber de Caetano, só não sabe o que fazer para se livrar dele. "Demissão' agora é algo impensável, ficaria feio demais para o Jornal.

Corre a versão de que, 'muito católica', a família mandou rezar uma missa e fez promessa para TODOS OS SANTOS, rogando aos CÉUS que Caetano peça para sair.

LEIA AQUI O QUE ESCREVEU CAETANO VELOSO

E AQUI A MATÉRIA SOBRE A RESPOSTA DE MARCELO FREIXO AO JORNAL O GLOBO