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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, fevereiro 23, 2014

PM Ninja prende 230 black blocs em São Paulo



"Protesto do #nãovaitercopa mais uma vez descamba para a violência nas ruas da capital paulista; lixeiras, orelhões e agências bancárias foram depredados por integrantes do grupo radical; oito pessoas se feriram durante confrontos entre policiais de batalhão especializado em artes marciais e manifestantes ocorridos no centro; cinco ônibus conduziram os detidos para distritos policiais, onde após triagem parte dos presos foi autuada e depois liberada 

Brasil 247
O cerco da Polícia Militar de São Paulo aos Black Blocs na manifestação de sábado (22) resultou na prisão de 230 pessoas durante manifestação ocorrida na capital. 

A corporação utilizou pela primeira vez o chamado Batalhão Ninja, com soldados especializados em artes marciais, e isolou o grupo radical dos demais manifestantes. 

Houve confronto, muita confusão e oito feridos, entre eles uma jornalista do jornal O Estado de S. Paulo. Durante a madrugada, boa parte dos detidos levados para sete distritos policiais foi liberada.

A manifestação, chamada Não Vai Ter Copa, que reuniu cerca de mil pessoas, começou às 16 horas e transcorreu pacificamente até as 19h30, quando a polícia entrou em ação diante de atos de vandalismo na Rua Xavier de Toledo, no centro da capital paulista. Os policiais separaram os manifestantes em dois grupos e imobilizou os vândalos com golpes de artes marciais e de cassetetes. Os arruaceiros foram retirados um a um.

Durante a ação policial, black blocs correram para o Viaduto do Chá, onde quebraram lixeiras, agências bancárias e orelhões. Os PMs foram atacados com paus e garrafas. Segundo a corporação, parte dos detidos portava máscaras, sprays, estilingues, bolas de gude e correntes. Um segundo grupo voltou à Praça da República, onde se iniciou o protesto e caminhou sem maiores problemas até a Rua da Consolação.

Na sequência, 50 manifestantes foram cercados e detidos no Vale do Anhangabaú. Os presos foram distribuídos em sete distritos policiais, onde foi definido quem seria autuado em flagrante por vandalismo. Cinco jornalistas que estavam trabalhando foram parar nas delegacias."
*cutucandodeleve

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