Dilma determina quantidade na reforma agrária com qualidade do assentamento
Previsão é de assentar mais 30 mil famílias em 2014
“Foi uma boa
reunião, reunião onde a presidenta deu respostas aos movimentos.
Importante dizer que nós queremos combinar, e é essa determinação da
presidenta, combinar a quantidade na reforma agrária com a qualidade do
assentamento. O assentamento onde o assentado possa ter acesso às
políticas públicas, que possa ter acesso ao desenvolvimento produtivo do
assentamento e viver com dignidade”, comentou o ministro.
Pepe
lembrou ainda que, nos últimos três anos, o governo assentou 75 mil
famílias e incorporou 88 milhões de hectares pela reforma agrária, além
da previsão de assentar mais 30 mil famílias em 2014. Quanto à qualidade
dos assentamentos, os beneficiados passaram a ter acesso a políticas
públicas como o Minha Casa Minha Vida, o Luz para Todos, o Água para
Todos e o Programa de Melhoramento das Estradas através do PAC
Equipamentos.
“Hoje não tem sentido nenhum que um habitante do
meio rural tenha acesso ao Minha Casa Minha Vida, e o assentado da
reforma agrária não tenha. Esse é o sentido, pegarmos as políticas
públicas que nos últimos anos permitiram que milhões de brasileiros
tivesse acesso a uma vida mais digna e levar isso pra dentro dos
assentamentos também”, analisou o ministro.
A presidenta Dilma
Rousseff também determinou que os ministros do Desenvolvimento Agrário e
da Integração Nacional se reúnam para avaliar o assentamento de
famílias de sem-terra em perímetros irrigados no Semiárido do Nordeste.
Pepe
Vargas disse que reconhece o número de, aproximadamente, 100 mil
famílias acampadas, contabilizado pelo MST, mas que, em 2014, a meta do
governo é assentar entre 30 mil e 35 mil famílias. Segundo ele, a
confirmação da viabilidade de alocar famílias em perímetros irrigados
pode elevar esse número.
Em carta entregue à presidente durante o
encontro, o MST pede que o governo cumpra a promessa de priorizar o
assentamento de famílias sem terra nos projetos de irrigação do Nordeste
brasileiro. Segundo o movimento, há mais de 80 mil lotes vagos, com
água e infraestrutura necessária para os agricultores familiares.
Além
das duas determinações feitas pela presidenta Dilma à sua equipe, os
trabalhadores tiveram como resposta apenas o compromisso de um diálogo
contante para a negociação das outras pautas, em uma lista de dez
apresentadas na carta, incluindo “mudanças profundas na forma de o Incra
funcionar”, com contratação e qualificação específica de seus
funcionários, aumento de recursos do Programa Nacional de Educação na
Reforma Agrária (Pronera) e pedido de mais desapropriações de terra.
A
reunião entre a presidente Dilma e representantes do MST foi negociada
pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. No
meio da tarde de ontem, cerca de 15 mil pessoas que participam do 6º
Congresso Nacional do MST, em Brasília, ocuparam a Praça dos Três
Poderes. Houve confronto com a PM.
Segundo o MST, o confronto
ocorreu após um grupo de dez policiais entrar no ônibus da entidade e
tentar tomar a chave do motorista. O movimento contabiliza 12
manifestantes feridos. De acordo com a Polícia Militar, os manifestantes
derrubaram as grades laterais do Congresso e atingiram alguns policiais
com pedras e pedaços de pau, ferindo 30 homens da corporação.
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