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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, fevereiro 22, 2014

Aprenda STF, aprenda máfia midiática, aprendam elites reacionárias brasileiras: solidariedade a Dirceu ultrapassa valor da multa imposta por Barbosa




SHOW DO MILHÃO: DIRCEU BATE SUA META

Ex-ministro ultrapassa arrecadação do valor da multa de R$ 971 mil, em campanha; vaquinha chegou a R$ 1.083.694,38 em doações, neste sábado (22); 3.972 pessoas contribuíram com a campanha, entre elas figuras ilustres como o advogado José Roberto Batochio, ex-presidente da OAB, e o ator global José de Abreu; "Graças à colaboração de milhares de brasileiros, atingimos o valor da injusta multa imposta pelo STF ao ex-ministro José Dirceu. Temos certeza que muitos outros também gostariam de colaborar, mas já alcançamos nosso objetivo. Juntos, vencemos esta batalha. Ainda há outras por vir, certamente. E, juntos mais uma vez, estamos pontos para enfrentá-las. Mais uma vez, obrigado a todos. Obrigado Brasil!", diz mensagem publicado no site "Apoio a Zé Dirceu"


22 DE FEVEREIRO DE 2014 ÀS 14:14

do Brasil 247 

O site www.apoiozedirceu.com chegou, neste sábado (22), a marca de R$ 1.083.694,38. O valor, resultado de doações de 3.972 pessoas, ultrapassa o que ex-ministro José Dirceu precisava para pagar a multa de R$ 971.128,92, imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

A campanha, lançada há 10 dias, alcançou assim mais de 100% do valor da multa e segue o exemplo de outros dois petistas condenados no chamado processo do “mensalão”, José Genoino e Delúbio Soares, que superaram os valores de suas punições. A pena pecuniária de Dirceu, no entanto, é de quase o dobro da imposta aos dois correligionários.

Além dos recursos não faltam apoios ilustres e aberto ao ex-ministro. Ao 247, o advogado José Roberto Batochio, ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), contou ter doado R$ 1 mil. "A solidariedade aos perseguidos é um valor a ser defendido na sociedade brasileira, que vive dias tão difíceis, quando muitos cultivam o ódio, sentimento típico de regimes fascistas", disse Batochio. Outro doador renomado foi o jornalista e escritor Fernando Morais, que foi taxativo ao justificar sua doação ao ex-ministro: "O dinheiro é meu. E com o meu dinheiro eu faço o que eu quiser".

Também jornalista, Paulo Moreira Leite, da revista IstoÉ – autor do livro "A outra história do mensalão", acredita que as doações são um instrumento para tornar inútil o esforço de realizar a "execução social" dos condenados na Ação Penal 470. "O que se quer é a execução social dos prisioneiros, que devem ser reduzidos a condição de seres manipuláveis e disponíveis, sem consciência nem vontade própria. As doações mostram que esse esforço é inútil".

Em entrevista recente ao jornal O Globo, o ator José de Abreu também declarou ter doado R$ 1 mil ao amigo Dirceu, que conheceu enquanto cursava a Faculdade de Direito. A intenção: "dividir a pena com ele". Crítico ferrenho da forma como foi julgada a Ação Penal 470, Zé de Abreu disse considerar "legítima" a iniciativa da militância, amigos e familiares em fazer a campanha de arrecadação.



Site publicou mensagem de agradecimento:

MUITO OBRIGADO, BRASIL!

Caros amigos e amigas,

Chegamos hoje ao final da campanha “Eu Apoio Zé Dirceu”. Graças à colaboração de milhares de brasileiros, atingimos o valor da injusta multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal ao ex-ministro José Dirceu. Temos certeza que muitos outros também gostariam de colaborar, mas já alcançamos nosso objetivo.

Em nome da transparência e em resposta a todos os ataques daqueles que não compreendem o real significado da palavra ‘solidariedade’, eis os números finais:

A campanha arrecadou R$ 1.083.694,38, valor suficiente para quitar a multa de R$ 971.128,92 e também os impostos que devem ser recolhidos sobre o total das doações. Agradecemos especialmente aos 3.972 doares espalhados pelos 27 estados brasileiros - uma clara demonstração do alcance nacional do apoio a José Dirceu.

Temos uma dívida imensurável com todos vocês que nos apoiaram – contribuindo, divulgando a campanha ou ainda na linha de frente contra as mentiras e perseguições de que esta campanha foi alvo.

O resultado representa muito mais do que uma cifra. Em pouco mais de uma semana, cidadãos de todo o país demonstraram sua indignação contra o julgamento político ao qual José Dirceu foi submetido.

O sucesso da campanha só demostra que Dirceu não está e nunca esteve só. Confirma também que há uma parcela significativa da sociedade consciente das graves violações feitas durante o julgamento da AP 470. O protestos coletivo se fez ouvir.

Recebemos centenas de depoimentos dos colaboradores em nosso site. É impossível expressar em palavras o que essas mensagens significaram para nós. Elas nos deram ainda mais motivação, mais esperança, mais orgulho de estarmos do lado de quem estamos.

Queremos também estender os nossos agradecimentos a todos os que colaboraram com as campanhas de José Genoino e Delúbio Soares – e a todos os que estavam dispostos a colaborar com João Paulo Cunha.

Juntos, vencemos esta batalha. Ainda há outras por vir, certamente. E, juntos mais uma vez, estamos pontos para enfrentá-las.

Mais uma vez, obrigado a todos. Obrigado Brasil!

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