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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, fevereiro 22, 2014

Documentário esclarecedor demais - nem ponho o nome no título, pra não chamar a atenção...


Esses são os links de um documentário que acho essencial pra entender a realidade em que vivemos. A primeira vez que vi tava livre na internet, depois foi dificulltando e hoje é difícil de encontrar. Se eu tiver o direito de recomendar alguma coisa, recomendo  assistir logo, antes que desapareça - há interesses nisso, obviamente. Tomar consciência é tudo o que o poder real, muito acima da política rasteira que somos obrigados a engolir, quer evitar. É preciso ignorância e desinformação pra se sustentar este sistema social em que vivemos. É muita exploração e desumanidade em nome de lucros empresariais.

The Century of the Self (doc BBC Parte 1 - Máquinas de felicidade):http://www.dailymotion.com/video/x15ov47_parte-1-maquinas-de-felicidade_shortfilms?search_algo=2
>> The Century of the Self (doc BBC Parte 2 - A engenharia do consentimento):http://www.dailymotion.com/video/x15p6mp_parte-2-a-engenharia-do-consentimento_shortfilms
>> The Century of the Self (doc BBC Parte 3 -Há um policial dentro de nossas cabeças. Ele deve ser destruído): http://www.dailymotion.com/video/x15p6pk_parte-3-ha-um-policial-dentro-de-nossas-cabecas-ele-deve-ser-destruido_shortfilms>>
The Century of the Self (doc BBC Parte 4 -Oito pessoas bebendo vinho em Kettering): http://www.dailymotion.com/video/x15p6q5_parte-4-oito-pessoas-bebendo-vinho-em-kettering_shortfilms 

*observarabsorver

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