PT do Rio solta nota se solidarizando com o PSoL e o deputado Marcelo Freixo
Conheço
o Marcelo Freixo há tempos, minhas enteadas me convenceram a votar
nele pela primeira vez há vários anos. Nunca me arrependi, e repeti o
voto nele, mesmo depois que ele abandonou o PT, ele e Chico Alencar tem
feito jus ao meu voto;
Em
alguns momentos tenho me exasperado com algumas atitudes, Heloísa
Helena de braços com a direita celebrando a queda da CPMF nunca me
desceu bem pela garganta, nem os afagos de Randolfe à direita em épocas
recentes, mas são coisas da democracia, e do jogo partidário.
Não
podemos julgar o indivíduo pelas atitudes da agremiação a que faz
parte. Temos que entender que o PSOL é, no espectro ideológico, o de
maior afinidade com o PT. As atitudes da militância PTista tem me
exasperado igualmente, principalmente agora que nosso inimigo comum, a
grande mídia de direita, vem descendo o sarrafo no Freixo.
Nem
que fosse só por coerência ideológica, tínhamos que estar, como o PT
RJ, contra os jornais (principalmente o GROBO) e a favor de quem quer
que seja que eles queiram demonizar, como fazem com o PT.
Em
nota divulgada há pouco pelo PT do Rio de Janeiro acerca do caso
envolvendo a morte de Santiago Andrade, o partido registra que o PSoL e
Freixo são ”vítimas recentes da sanha da mídia empresarial brasileira,
sempre disposta a atacar as ideias, as organizações e as lideranças da
esquerda brasileira”. Alguns vão dizer dizer que há neste apoio um
cálculo político com vistas à próxima eleição no estado, mas não poderão
negar que é uma atitude exemplar para se pensar o relacionamento entre
esses partidos daqui pra frente.
Seria
um avanço para o campo democrático se a militância do PT e PSoL,
principalmente a atuante nas redes sociais, entendessem esse recado e
passassem a se tratar de maneira mais respeitosa. Segue a nota.
A morte do
cinegrafista Santiago Andrade deve servir de alerta para algumas
reflexões. Em primeiro lugar, solidarizamo-nos com amigos e familiares
da vítima, cuja perda e dor deve ser respeitada, e não espetacularizada
ou apropriada por uma ofensiva conservadora. Criticamos duramente a ação
de pequenos grupos que substituem a organização popular, o trabalho de
base e o debate político pelo uso performático da violência, prestando
um desserviço às lutas por mais direitos e pela radicalização da
democracia, servindo de pretexto para o aumento da repressão, colocando
em risco a integridade dos próprios manifestantes e diminuindo a adesão
popular aos movimentos de massa.
Para nós, do PT, a construção de uma sociedade em novas bases é uma tarefa de milhões de pessoas, e ações irresponsáveis e de legitimidade social reduzida não contribuem para a superação das desigualdades que ainda existem em nosso país. No entanto, não concordamos que o episódio que vitimou Santiago – que deve ser devidamente apurado, e processados os responsáveis – sirva como cortina de fumaça para encobrir a escalada de violência policial, que vitimou mais de uma dezena de pessoas, inclusive nas manifestações, ou como pretexto para tentativas conservadoras de alteração na legislação brasileira, como o PL-499 (conhecida como “lei anti-terrorismo”) ou a proposta do secretário estadual de segurança de tipificar o crime de desordem, abrindo perigosas janelas para o aumento da criminalização dos movimentos sociais.
Para nós, do PT, a construção de uma sociedade em novas bases é uma tarefa de milhões de pessoas, e ações irresponsáveis e de legitimidade social reduzida não contribuem para a superação das desigualdades que ainda existem em nosso país. No entanto, não concordamos que o episódio que vitimou Santiago – que deve ser devidamente apurado, e processados os responsáveis – sirva como cortina de fumaça para encobrir a escalada de violência policial, que vitimou mais de uma dezena de pessoas, inclusive nas manifestações, ou como pretexto para tentativas conservadoras de alteração na legislação brasileira, como o PL-499 (conhecida como “lei anti-terrorismo”) ou a proposta do secretário estadual de segurança de tipificar o crime de desordem, abrindo perigosas janelas para o aumento da criminalização dos movimentos sociais.
Por último,
solidarizamo-nos com o PSOL e o deputado estadual Marcelo Freixo,
vítimas recentes da sanha da mídia empresarial brasileira, sempre
disposta a atacar as ideias, as organizações e as lideranças da esquerda
brasileira, como ocorre sistematicamente contra o PT, sendo a cobertura
do julgamento da AP-470 um caso emblemático. Entendemos os ataques
desferidos contra o deputado e o seu partido como parte de um processo
mais amplo de disputa ideológica – como ficou explícito nos editoriais
da imprensa sobre o VI Congresso Nacional do MST, cabendo a todos e
todas que lutam por um mundo melhor uma postura mais generosa entre nós e
de repúdio à campanha difamatória orquestrada.
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