Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 09, 2013

GRÉCIA E ESPANHA DESEMPREGO: RECORDE MACABRO

DESEMPREGO: RECORDE MACABRO


Desemprego na Grécia chega a 27,6% e bate novo recorde
Dos jornais:
A taxa de desemprego na Grécia atingiu um novo recorde em maio, de 27,6% (...), à medida que o país continua a sofrer as consequências da austeridade (...), tenta atingir metas fiscais e mostrar que há luz no fim do túnel após anos de impopulares aumentos de impostos e cortes nos salários e pensões.

A taxa de desemprego subiu para 27,6% a partir de um dado revisado para cima de 27% em abril, segundo o serviço de estatísticas Elstat, mais que o dobro da taxa média da zona do euro, que ficou em 12,1% em junho.

Grécia e Espanha têm sido atingidos com níveis semelhantes de desemprego muito alto. Os mais recentes dados do Eurostat mostraram desemprego ajustados sazonalmente em junho de 26,9% na Grécia e 26,3% na Espanha. (...).

A própria Espanha não publica dados mensais de desemprego diretamente comparáveis com os dados da própria Grécia, mas os dados trimestrais de Madri mostram que sua taxa atingiu um pico de 27,2% nos primeiros três meses deste ano.

Os dados mostraram que aqueles com idade entre 15 e 24 anos continuam a ser o mais atingidos, com a taxa de desemprego para essa faixa etária registrando 64,9%.

Com a economia sofrendo seu sexto ano consecutivo de recessão e 1,38 milhão de pessoas oficialmente sem emprego, a dor é sentida em toda economia. Mutuários falham em quitar empréstimos e menos trabalhadores contribuem para fundos de pensões.

Uma guinada levará tempo para ser sentida no mercado de trabalho, mesmo se houver recuperação no próximo ano, como projetam autoridades. O Banco Central projeta que o desemprego atingirá um pico de 28% antes de começar a declinar em 2015.

................
Quando 65% dos jovens de um país amargam a ausência de oportunidades de trabalho, pode-se afirmar que o cenário é de terra arrasada. Agravante: diante das restrições impostas, como corte generalizado nos salários e benefícios, é bem provável que parcela ampla dos 35% empregados estejam auferindo remuneração simbólica.  Nada pior na vida de uma família do que a falta de trabalho - razão por que, ao 'monitorar' o Brasil, sempre estamos de olho nos níveis de emprego. E o mérito existe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário