LULA DEVE LANÇAR PADILHA AO GOVERNO PAULISTA NA SEXTA (09), EM BAURU
Cristiane Agostine
Valor Econômico
SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve lançar
nesta sexta-feira a pré-candidatura do ministro da Saúde, Alexandre
Padilha (PT), ao governo de São Paulo, em evento do partido na cidade de
Bauru, no interior paulista. Segundo o presidente do diretório paulista
do PT, deputado estadual Edinho Silva, a militância fará coro em torno
do nome de Padilha nesse encontro.
“Será um evento para mobilizar a militância do PT para 2014”, disse Edinho ao Valor Pro, serviço em tempo real do Valor.
No encontro, que será realizado na sexta e no sábado, os petistas
aprovarão um documento com as linhas de ação do partido para 2014.
Participarão prefeitos, vice-prefeitos e dirigentes petistas de todo o
Estado. Devem participar 500 delegados do PT.
As recentes
denúncias contra o metrô e a CPTM do governo paulista, comandado por
Geraldo Alckmin (PSDB), devem ter destaque nos discursos políticos dos
petistas no evento.
Além do evento em Bauru, a pré-candidatura
será reforçada em outro encontro do PT, na capital paulista, na próxima
semana, nos dias 16 e 17.
O lançamento de Padilha para o
governo de São Paulo já foi acertada dentro do partido, mas o ministro
não oficializará sua pré-candidatura ao governo estadual neste momento.
Antes de engajar-se na campanha eleitoral, Padilha quer consolidar o
programa Mais Médicos, enviado pelo governo federal ao Congresso por
meio de Medida Provisória.
O programa deve ser uma das
bandeiras de Padilha na campanha eleitoral: o ministro dirá que
enfrentou o lobby de entidades médicas e travou embates para levar
profissionais às áreas mais carentes do país, sem assistência médica.
Articulador político do governo Lula e um dos coordenadores da campanha
de Dilma Rousseff em 2010, Padilha tem boa relação com dirigentes
petistas e sempre foi o nome preferido de Lula para a disputa em 2014.
Outros nomes cotados pela cúpula do PT paulista eram os ministros
Aloizio Mercadante (Educação) e José Eduardo Martins Cardozo (Justiça) e
o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.
Sem nunca
ter eleito um governador em São Paulo, o PT tenta vencer as resistências
do eleitorado do interior, principal reduto eleitoral do PSDB. Em
Bauru, cidade que sediará o encontro deste fim de semana, o PT perdeu
para o PSDB nas últimas eleições, tanto na disputa pelo governo do
Estado quando pela Presidência da República.
Nas eleições de
2012, com a vitória do petista Fernando Haddad em São Paulo, o PT saiu
reforçado das urnas para disputar o governo do Estado em 2014. O
resultado foi o melhor da história do partido em São Paulo, que passou a
governar 68 cidades, com 45,21% do eleitorado. O PSDB, mesmo com a
derrota de José Serra na capital, manteve-se como a legenda com o maior
número de prefeituras, com 176 e 19,39% dos eleitores. Os tucanos,
porém, perderam 29 prefeituras.
No balanço do Estado, o PT
cresceu no interior e no percentual do eleitorado governado. Em 2008, o
partido havia eleito 63 prefeituras e governava 16,7% dos eleitores.
A vitória de Haddad na capital e o desempenho eleitoral de Marcio
Pochmann (PT) em Campinas, apesar da derrota nas urnas, reforçaram a
bandeira de renovação no diretório paulista para o lançamento de um nome
novo para 2014.
O PSDB, que está em sua quinta gestão
consecutiva à frente do governo paulista, registrou o menor número de
prefeituras desde 2000. Naquele ano, detinha 178 prefeituras paulistas,
chegou a alcançar 194 em 2004, 205 prefeituras em 2008 e recuou para 176
em 2012.
*FernandoH
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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