Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 08, 2013

LULA DEVE LANÇAR PADILHA AO GOVERNO PAULISTA NA SEXTA (09), EM BAURU

LULA DEVE LANÇAR PADILHA AO GOVERNO PAULISTA NA SEXTA (09), EM BAURU
Cristiane Agostine
Valor Econômico

SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve lançar nesta sexta-feira a pré-candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), ao governo de São Paulo, em evento do partido na cidade de Bauru, no interior paulista. Segundo o presidente do diretório paulista do PT, deputado estadual Edinho Silva, a militância fará coro em torno do nome de Padilha nesse encontro.

“Será um evento para mobilizar a militância do PT para 2014”, disse Edinho ao Valor Pro, serviço em tempo real do Valor.

No encontro, que será realizado na sexta e no sábado, os petistas aprovarão um documento com as linhas de ação do partido para 2014. Participarão prefeitos, vice-prefeitos e dirigentes petistas de todo o Estado. Devem participar 500 delegados do PT.

As recentes denúncias contra o metrô e a CPTM do governo paulista, comandado por Geraldo Alckmin (PSDB), devem ter destaque nos discursos políticos dos petistas no evento.

Além do evento em Bauru, a pré-candidatura será reforçada em outro encontro do PT, na capital paulista, na próxima semana, nos dias 16 e 17.

O lançamento de Padilha para o governo de São Paulo já foi acertada dentro do partido, mas o ministro não oficializará sua pré-candidatura ao governo estadual neste momento. Antes de engajar-se na campanha eleitoral, Padilha quer consolidar o programa Mais Médicos, enviado pelo governo federal ao Congresso por meio de Medida Provisória.

O programa deve ser uma das bandeiras de Padilha na campanha eleitoral: o ministro dirá que enfrentou o lobby de entidades médicas e travou embates para levar profissionais às áreas mais carentes do país, sem assistência médica.

Articulador político do governo Lula e um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff em 2010, Padilha tem boa relação com dirigentes petistas e sempre foi o nome preferido de Lula para a disputa em 2014. Outros nomes cotados pela cúpula do PT paulista eram os ministros Aloizio Mercadante (Educação) e José Eduardo Martins Cardozo (Justiça) e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.

Sem nunca ter eleito um governador em São Paulo, o PT tenta vencer as resistências do eleitorado do interior, principal reduto eleitoral do PSDB. Em Bauru, cidade que sediará o encontro deste fim de semana, o PT perdeu para o PSDB nas últimas eleições, tanto na disputa pelo governo do Estado quando pela Presidência da República.

Nas eleições de 2012, com a vitória do petista Fernando Haddad em São Paulo, o PT saiu reforçado das urnas para disputar o governo do Estado em 2014. O resultado foi o melhor da história do partido em São Paulo, que passou a governar 68 cidades, com 45,21% do eleitorado. O PSDB, mesmo com a derrota de José Serra na capital, manteve-se como a legenda com o maior número de prefeituras, com 176 e 19,39% dos eleitores. Os tucanos, porém, perderam 29 prefeituras.

No balanço do Estado, o PT cresceu no interior e no percentual do eleitorado governado. Em 2008, o partido havia eleito 63 prefeituras e governava 16,7% dos eleitores.

A vitória de Haddad na capital e o desempenho eleitoral de Marcio Pochmann (PT) em Campinas, apesar da derrota nas urnas, reforçaram a bandeira de renovação no diretório paulista para o lançamento de um nome novo para 2014.

O PSDB, que está em sua quinta gestão consecutiva à frente do governo paulista, registrou o menor número de prefeituras desde 2000. Naquele ano, detinha 178 prefeituras paulistas, chegou a alcançar 194 em 2004, 205 prefeituras em 2008 e recuou para 176 em 2012.

*FernandoH

Nenhum comentário:

Postar um comentário