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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 04, 2013

Duas mil pessoas protestam contra propinoduto tucano

Grupo reivindica a prisão de executivos e políticos envolvidos no esquema
Por Redação

Manifestantes foram à porta da Siemens e da Alston (Foto: Mídia Ninja)
O Levante Popular da Juventude e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) reuniu, na manhã desta quarta-feira (4), duas mil pessoas para protestar contra o chamado “propinoduto tucano” na frente das empresas Alstom e Siemens.
Os grupos defendem a abertura do que denominam “caixa preta dos transportes”, pedem a prisão dos executivos e políticos envolvidos no esquema de cartel do metrô e trens, o fim das terceirizações e privatizações, além da devolução do dinheiro desviado para o transporte público. Manifestantes marcharam pela Marginal Tietê até a sede das duas multinacionais que teriam participado do cartel.

Denúncias apontam que as empresas Siemens, Alstom, ADtranz, CAF, TTrans e Mitsui combinavam os resultados das disputas, com a intermediação de políticos do governo do estado de São Paulo. O escândalo se tornou público no meio de julho, quando reportagem publicada pela revista IstoÉ relatou que executivos da multinacional Siemens tinham feito um acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), prestando informações sobre o esquema.

*revistaforum

Propinoduto tucano

Em SP, grupo 'escracha' Alstom e Siemens e pede apuração de denúncias de corrupção

Movimentos sociais protestam na Marginal Tietê, onde fica a sede das empresas, contra governo do PSDB. Há indícios de que cartel está instalado também nas hidrelétricas

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Protesto em SP exige apuração de denúncias de corrupção em SP e alerta para presença de corruptoras em obras federais
São Paulo – Cerca de mil pessoas saíram em passeata pela Marginal Tietê, em São Paulo, na manhã de hoje (4), para pedir uma “apuração séria” das denúncias de corrupção envolvendo governos do PSDB em São Paulo e empresas do setor metroferroviário. Investigações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Polícia Federal e Ministério Público indicam que Alstom, Siemens, Mitsui, Bombardier e TTrans, entre outras, se articularam com altos funcionários da administração tucana para fraudar licitações para renovação de frotas e ampliação da malha do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Em troca de benefícios na justiça, a própria Siemens denuncia o esquema.
“É fundamental fazer uma articulação ampla contra o governo do PSDB”, explica Carla Bueno, militante do Levante Popular da Juventude, entidade que ficou conhecida por realizar “escrachos” contra pessoas acusadas de terem colaborado com a ditadura no país, e que convocou a manifestação de hoje em conjunto com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) para escrachar as empresas acusadas de corrupção. “Estamos na véspera das eleições e precisamos denunciar o que está acontecendo em São Paulo. Temos a faca e o queijo nas mãos para seguir denunciando não apenas os governos tucanos, mas também as empresas, porque não há corrupção sem corruptores.”
*redebrasilatual

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