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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 02, 2013

Mundo perderá controle da situação se houver ataque à Síria, afirma Assad

Via Opera Mundi
Em entrevista, presidente sírio desafiou EUA e França a apresentarem provas de uso de armas químicas
Em sua primeira entrevista à imprensa internacional desde que foi diretamente acusado pelos EUA como responsável por ataques químicos, o presidente da Síria, Bashar Al Assad, afirmou que, assim que seu país for atacado, “o mundo inteiro perderá o controle da situação”. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao jornal francês Le Figaro.
Leia mais: Síria pede à ONU que não permita "qualquer agressão" ao seu território
Quando questionado sobre qual seria sua resposta em caso de intervenção ocidental, Assad afirmou: “o Oriente Médio é um barril de pólvora e o fogo se aproxima dele no dia de hoje. O mundo inteiro perderá o controle da situação caso este barril exploda. O caos e o extremismo se proliferarão. O risco de uma guerra regional existe”.
Agência Efe
Assad em meio a oração no começo de agosto, em uma de suas poucas aparições públicas nos últimos meses
Ao comentar a acusação dos EUA de que o exército sírio utilizou armas químicas contra cidadãos no último dia 21 de agosto, Assad desafiou os EUA e a França a apresentarem provas desse ataque. No entanto, ele não esclareceu o fato do Estado sírio ter ou não armas químicas, preferindo não abordar a respeito da posse desse tipo de armamento.
Assad ainda foi questionado se ele considerava a França sua inimiga - uma vez que o presidente francês, François Hollande, afirmou estar disposto a iniciar uma intervenção na Síria, ao lado dos EUA. A resposta do presidente foi  categórica: qualquer um que contribua para o fortalecimento financeiro e militar de terroristas e seja contra os interesses da Síria e dos seus cidadãos é considerado seu inimigo. 
A entrevista foi concedida com exclusividade neste domingo (01) ao veículo francês Le Figaro e será divulgada na íntegra na edição impressa desta terça-feira (03).  
*GilsonSampaio

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