Médicos, os judeus do PT. A boçalidade não tem limite
Depois da tese da escravidão, a nova
teoria que desponta nas páginas da Folha foi levantada pelo "filósofo"
Luiz Felipe Pondé, mais um expoente da nova direita; segundo ele,
assim como os judeus foram o bode expiatório dos nazistas, os médicos
ocupam esse papel no governo petista; seu artigo é um amontoado de
preconceito e desinformação, mas, segundo sua lógica, o ministro
Alexandre Padilha deve ser uma espécie de Hitler dos trópicos
Até agora, o ataque em massa da elite
brasileira ao programa Mais Médicos tem-se mostrado um retumbante
fracasso. Começou com a ação organizada de colunistas da velha mídia,
como Eliane Cantanhêde, Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes, à vinda de
"escravos cubanos". Mas a reação selvagem de um grupo de médicos
cearenses no desembarque de profissionais de Cuba – classificada como
"abominável" pelo ex-presidente Lula – colocou esse grupo na defensiva.
Além disso, a população aprova o programa e o Mais Médicos é hoje o
principal fator de recuperação da popularidade da presidente Dilma
Rousseff.
O tiro da direita se voltou contra os
próprios conservadores, mas a oposição ao Mais Médicos ainda não
recolheu sua artilharia. Nesta segunda-feira, a Folha publica um artigo
que talvez entre para a história como uma das peças mais infames já
impressas nas rotativas do grupo editorial da família Frias. O
"filósofo" Luiz Felipe Pondé afirma que os médicos são "os judeus do
PT". Estariam sofrendo campanha difamatória e sendo transformados em
bodes expiatórios – assim como Hitler fez na Alemanha nazista.
Na verdade, o que o governo ofereceu
aos médicos brasileiros foi uma bolsa de R$ 10 mil por mês a quem se
dispusesse em trabalhar em regiões remotas, que, hoje, não têm
profissionais de saúde. Como, em 701 municípios, não há nenhum médico
interessado, foi necessário dar início a esta fase do Mais Médicos com
profissionais estrangeiros.
Pela lógica de Pondé, os rincões e as
periferias do Brasil são campos de concentração. E o ministro Alexandre
Padilha, da Saúde, deve ser uma espécie de Hitler dos trópicos. Seu
artigo é um amontoado de desinformação e preconceito. E chega às raias
da boçalidade.
No 247
*comtextolivre
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