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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 02, 2013

Pondé = Seu artigo é um amontoado de desinformação e preconceito. E chega às raias da boçalidade.

Médicos, os judeus do PT. A boçalidade não tem limite

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Depois da tese da escravidão, a nova teoria que desponta nas páginas da Folha foi levantada pelo "filósofo" Luiz Felipe Pondé, mais um expoente da nova direita; segundo ele, assim como os judeus foram o bode expiatório dos nazistas, os médicos ocupam esse papel no governo petista; seu artigo é um amontoado de preconceito e desinformação, mas, segundo sua lógica, o ministro Alexandre Padilha deve ser uma espécie de Hitler dos trópicos Até agora, o ataque em massa da elite brasileira ao programa Mais Médicos tem-se mostrado um retumbante fracasso. Começou com a ação organizada de colunistas da velha mídia, como Eliane Cantanhêde, Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes, à vinda de "escravos cubanos". Mas a reação selvagem de um grupo de médicos cearenses no desembarque de profissionais de Cuba – classificada como "abominável" pelo ex-presidente Lula – colocou esse grupo na defensiva. Além disso, a população aprova o programa e o Mais Médicos é hoje o principal fator de recuperação da popularidade da presidente Dilma Rousseff. O tiro da direita se voltou contra os próprios conservadores, mas a oposição ao Mais Médicos ainda não recolheu sua artilharia. Nesta segunda-feira, a Folha publica um artigo que talvez entre para a história como uma das peças mais infames já impressas nas rotativas do grupo editorial da família Frias. O "filósofo" Luiz Felipe Pondé afirma que os médicos são "os judeus do PT". Estariam sofrendo campanha difamatória e sendo transformados em bodes expiatórios – assim como Hitler fez na Alemanha nazista. Na verdade, o que o governo ofereceu aos médicos brasileiros foi uma bolsa de R$ 10 mil por mês a quem se dispusesse em trabalhar em regiões remotas, que, hoje, não têm profissionais de saúde. Como, em 701 municípios, não há nenhum médico interessado, foi necessário dar início a esta fase do Mais Médicos com profissionais estrangeiros.  Pela lógica de Pondé, os rincões e as periferias do Brasil são campos de concentração. E o ministro Alexandre Padilha, da Saúde, deve ser uma espécie de Hitler dos trópicos. Seu artigo é um amontoado de desinformação e preconceito. E chega às raias da boçalidade. No 247
*comtextolivre

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