por Sébastien Maillard
para o jornal La Croix
Lembrando a um jornal venezuelano que o celibato dos padres "não é um dogma da Igreja", dom Pietro Parolin
(foto), que se tornará no dia 15 de outubro o primeiro colaborador do
papa Francisco, enquadra o celibato presbiteral na "tradição
eclesiástica".
O que dom Parolin quis dizer exatamente? Nomeado no dia 31 de agosto passado secretário de Estado da Santa Sépelo Papa Francisco, dom Pietro Parolin, atualmente núncio apostólico na Venezuela, concedeu uma entrevista ao jornal venezuelano El Universal.
Nessa entrevista em espanhol, publicada on-line no último domingo, ele responde à pergunta se o celibato é um dogma intocável.
"Não, não é um dogma da Igreja e pode ser discutido, porque é uma tradição da Igreja".
"O esforço que a Igreja fez para instituir o celibato eclesiástico deve ser considerado", lembra ele. "Pode-se falar, refletir e aprofundar sobre esses temas que não são de fé definida e pensar em algumas modificações, mas sempre a serviço da unidade e tudo segundo a vontade de Deus", acrescenta.
Citando o exemplo da "escassez do clero", dom Parolin enumera os critérios a serem levados em consideração para uma decisão a respeito: "A vontade de Deus, a história da Igreja, assim como a abertura aos sinais dos tempos".
O que disseram os papas anteriores? Retomando uma tradição da Igreja do Ocidente que remonta ao século IV, o Concílio de Trento (século XVI) estabeleceu solenemente a obrigação do celibato para os padres, inscrito na direito canônico. Essa obrigação, que não se aplica às Igrejas do Oriente, foi reafirmada pelo Papa Paulo VI na sua encíclica Sacerdotalis caelibatus, de 1967.
De uma coisa oportuna, a Igreja fez uma necessidade, argumentada teologicamente, particularmente sob João Paulo II, em vários textos. Bento 16 também confirmou o seu apego ao celibato, particularmente em um discurso aos cardeais no fim de 2006: "A fé em Deus se torna concreta nessa forma de vida que tem sentido unicamente a partir de Deus".
O que o papa Francisco pensa a respeito? Desde a sua eleição, há cerca de seis meses, o papa não se pronunciou sobre esse assunto. Em um livro-entrevista publicado em 2010, quando ele era arcebispo de Buenos Aires (Sobre o céu e a terra), o ainda cardeal Bergoglio lembrava que era, "por enquanto (...) sou a favor de que se mantenha o celibato, com os prós e os contras que tem, porque são dez séculos de boas experiências mais do que falhas" . "É uma questão de disciplina, não de fé. Pode mudar", concluiu, condenando qualquer "vida dupla".
Alguns cardeais convidaram, às vezes em voz alta, a uma evolução dessa disciplina .
Dom Pietro Parolim: "Pode-se falar, refletir se aprofundar essa tema, que não é um dogma" |
O que dom Parolin quis dizer exatamente? Nomeado no dia 31 de agosto passado secretário de Estado da Santa Sépelo Papa Francisco, dom Pietro Parolin, atualmente núncio apostólico na Venezuela, concedeu uma entrevista ao jornal venezuelano El Universal.
Nessa entrevista em espanhol, publicada on-line no último domingo, ele responde à pergunta se o celibato é um dogma intocável.
"Não, não é um dogma da Igreja e pode ser discutido, porque é uma tradição da Igreja".
"O esforço que a Igreja fez para instituir o celibato eclesiástico deve ser considerado", lembra ele. "Pode-se falar, refletir e aprofundar sobre esses temas que não são de fé definida e pensar em algumas modificações, mas sempre a serviço da unidade e tudo segundo a vontade de Deus", acrescenta.
Citando o exemplo da "escassez do clero", dom Parolin enumera os critérios a serem levados em consideração para uma decisão a respeito: "A vontade de Deus, a história da Igreja, assim como a abertura aos sinais dos tempos".
O que disseram os papas anteriores? Retomando uma tradição da Igreja do Ocidente que remonta ao século IV, o Concílio de Trento (século XVI) estabeleceu solenemente a obrigação do celibato para os padres, inscrito na direito canônico. Essa obrigação, que não se aplica às Igrejas do Oriente, foi reafirmada pelo Papa Paulo VI na sua encíclica Sacerdotalis caelibatus, de 1967.
De uma coisa oportuna, a Igreja fez uma necessidade, argumentada teologicamente, particularmente sob João Paulo II, em vários textos. Bento 16 também confirmou o seu apego ao celibato, particularmente em um discurso aos cardeais no fim de 2006: "A fé em Deus se torna concreta nessa forma de vida que tem sentido unicamente a partir de Deus".
O que o papa Francisco pensa a respeito? Desde a sua eleição, há cerca de seis meses, o papa não se pronunciou sobre esse assunto. Em um livro-entrevista publicado em 2010, quando ele era arcebispo de Buenos Aires (Sobre o céu e a terra), o ainda cardeal Bergoglio lembrava que era, "por enquanto (...) sou a favor de que se mantenha o celibato, com os prós e os contras que tem, porque são dez séculos de boas experiências mais do que falhas" . "É uma questão de disciplina, não de fé. Pode mudar", concluiu, condenando qualquer "vida dupla".
Alguns cardeais convidaram, às vezes em voz alta, a uma evolução dessa disciplina .
*Paulopes
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