O
Coletivo Desentorpecendo a Razão, juntamente à Associação Cultural
Cannábica de São Paulo e organizadores da Marcha da Maconha de São Paulo
realizam no próximo domingo, dia 8 de dezembro, a manifestação “O
Uruguai é Aqui” para comemorar a legalização da cannabis, do aborto e
dos direitos homoafetivos no Uruguai. O objetivo é celebrar os avanços
sociais que o país vizinho conquistou no período de um ano, entre 2012 e
2013, e protestar contra o conservadorismo que paira sobre o território
brasileiro em relação a tais temáticas.
De acordo com informações da página do evento no Facebook,
o encontro dos participantes da manifestação será no ponto de acesso
entre a Rua da Consolação e o Elevado Costa e Silva, mais conhecido como
“Minhocão”, na região central de São Paulo, a partir das 15h.
Dentre as atividades programadas para a manifestação, estão a
realização de rodas de conversa sobre legalização das drogas, do aborto e
do casamento homoafetivo, além de apresentações de música, dança e
teatro. Para o encerramento, foi marcado um beijaço a ser realizado como
cerimônia simbólica de casamento coletivo.
Para mais informações sobre a manifestação, visite a página do evento no Facebook pelo link: https://www.facebook.com/events/400167216780512/
PROGRAMAÇÃO
15h
- Hasteamento da bandeira uruguaia;
- Grafite;
- Grupo de palhaços;
- Oficina de cartazes;
- Música temática;
16h20
- Rodas de conversa sobre legalização das drogas, do aborto e do casamento homoafetivo;
17h42
- Banda Chaiss na Mala;
- Banda Emblues;
- Grupos de dança e teatro;
18h33
- Cerimônia simbólica de casamento coletivo e beijaço;
- Intervenção de redução de danos.
Páginas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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