TODOS X TODOS EM S. PAULO, A MÃE DE TODAS AS GUERRAS
Vítima do dia, pré-candidato do PT ao governo paulista se abaixou com o
barulho de tiro sobre contratos entre Ministério da Saúde e ONG fundada
por seu pai; após justificar, Alexandre Padilha rompeu convênio;
governador tucano Geraldo Alckmin, quando atacado, não recuou; escândalo
Siemens-Alstom de formação de cartel e pagamento de propinas segue sem
admissão de responsabilidade; para Gilberto Kassab, do PSD, bombardeiro
foi denúncia no caso Controlar; atingido por manchete do jornal Folha de
S. Paulo, ex-prefeito obteve pronunciamento da Justiça a seu favor;
Paulo Skaf, do PMDB, sofreu abalo com uso de dinheiro da Fiesp e do
Sistema S para exposição pessoal; eleição de outubro é guerra aberta
30 DE JANEIRO DE 2014
Marco Damiani _ 247 – O barulho de um simples tiro assustou e fez dar um
passo atrás o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, mas é certo
que a eleição para o Palácio dos Bandeirantes virou mesmo uma verdadeira
uma guerra. Propostas para o Estado, até aqui, estão em segundo plano
no campo de batalha em que todos disparam contra todos.
A eleição que pintava como propícia a acordos e composições, em razão
dos interesses partidários na disputa nacional, para presidente da
República, se transforma rápida e consistentemente numa blitz de todos
contra todos.
Padilha, a vítima do dia, sangrou no campo de batalha em razão da ONG
fundada por seu pai ter tido suas ligações com o Ministério da Saúde,
dirigido pelo próprio Padilha, e outros, reveladas. Mas antes antes do
ministro que deixa o cargo na segunda-feira 3, também o governador
Geraldo Alckimin, que defende a própria reeleição, e os candidatos
Gilberto Kassab, do PSD, e Paulo Skaf, do PMDB, foram acertados.
Sobre Alckmin caiu uma bomba que, a depender da interpretação, poderia
ser chamada de atômica. O caso de formação de cartel e pagamento de
propinas Siemens-Alston só não causa, até o momento, estragos
permanentes na candidatura do tucano porque ele exibe uma larga
blindagem entre os chamados formadores de opinião, como se dizia
antigamente, instalados na mídia familiar e tradicional.
Paulo Skaf, do PMDB, tomou pela frente uma saraivada de balas disparadas
nas críticas ao uso da rede estadual de televisão paga com dinheiro da
Fiesp e do sistema S. Skaf foi acusado de campanha antecipada e precisa,
neste momento, mais se defender do que atacar para chegar à próxima
fase.
No PSD, o ex-prefeito Gilberto Kassab precisa ter uma forte artilharia
anti-aérea para resistir aos ataques que vem do passado. Numa bomba que
fez barulho mas não produziu o estrago esperado, ele sofreu a acusação
pública de ter sido beneficiado pelo contrato da Prefeitura com a
empresa Controlar, mas não houve comprovação legal desta ligação.
Kassab, ao contrário de Padilha, não se abaixou com o barulho do tiro.
No dia seguinte a uma acusação em primeira página do jornal Folha de S.
Paulo, o pré-candidato do PSD se beneficiou de uma apuração judicial que
o livrou de suspeitas da chamada testemunha Gama.
Padilha entrou neste terreno minado agora. Seu pronunciamento de
prestação de contas do Ministério da Saúde já foi considerado uma peça
de campanha pela oposição. E ele ainda saiu chamuscado do episódio da
ONG de seu pai, que ainda não terminou. Assim como guerra eleitoral, que
só está começando.
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