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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, janeiro 11, 2014

 Cuba sediará VI Conferência da Associação LGBT da América Latina e Caribe





Cuba foi escolhida como sede da VI Conferência Regional da Associação Internacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Trans e Intersexuais da América Latina e Caribe (ILGA-LAC), evento que será realizado entre os dias 6 e 10 de maio de 2014 em Cuba.

Tendo “Integração” como temática central, a conferência da ILGA-LAC reunirá mais de 400 delegadas, entre eles figuras reconhecidas da região por seu ativismo em defesa dos direitos de pessoas LGBTs.

O trabalho da ILGA na América Latina teve seus momentos definitivos antes mesmo da fundação da seção latino-americana da entidade - ILGA-LAC: no ano de 1991 se realizou no México a primeira conferência desta organização no continente, e quatro anos depois, no Brasil, se convocou pela segunda vez este encontro.

Questões cruciais do movimento Gay, Lésbico e trans têm sido tratadas nesses encontros, que define diretrizes para a comunidade da região, como foi a IV Conferência do ILGA, ocorrida no Peru em 2007.


A realização em Cuba de um evento de tal relevância para o movimento LGBT é um reconhecimento do trabalho realizado no país em defesa do direito à livre orientação sexual e da identidade de gênero que alcançou maior visibilidade a partir do ano de 2007 com a realização das jornadas cubanas contra a homofobia, evento que terá sua sétima edição em maio de 2014.

Tradução: Blog Solidários.

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