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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 06, 2014

Crime organizado em Minas Gerais é investigado pela Procuradoria Geral da República



 
PGR pede a quebra dos sigilos de Zezé Perrella

247 - Envolvido recentemente na polêmica do helicóptero que foi apreendido no Espírito Santo com 445 kg de pasta-base de cocaína, o senador Zezé Perrela (PDT-MG) terá mais problemas pela frente em 2014. A Procuradoria-Geral da República defende a quebra de sigilo bancário e fiscal do parlamentar para aprofundar investigação contra ele e seu irmão, Alvimar de Oliveira Costa, em inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal
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Ex-presidentes do time mineiro Cruzeiro, os dois são investigados por suposta lavagem de dinheiro na venda do zagueiro Luisão ao Benfica, de Portugal. A negociação envolveu um clube uruguaio e é considerada suspeita pela Polícia Federal, que indiciou Perrella em 2010 pelo caso. O caso foi retomado agora, dez dias depois de a polícia encontrar cocaína no helicóptero da empresa do filho de Perrella.
O STF enviou o caso o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu que o ministro Ricardo Lewandowski reconsiderasse a decisão de não autorizar a quebra de sigilo bancário. Advogados do Cruzeiro, que também defendem o senador, alegam haver erros na petição do Ministério Público, e Lewandowski desautorizou parte da quebra do sigilo bancário e fiscal.
Em 2003, Luisão foi vendido por 2,5 milhões de dólares ao clube uruguaio Central Español e logo em seguida repassado por cerca de 1 milhão de dólares a menos ao Benfica. Investigadores suspeitam que parte do valor declarado na negociação com o time uruguaio voltou irregularmente ao Brasil e teria sido pulverizado em contas de empresas ligadas à Perrella e ao irmão dele.
Perrella assumiu a presidência do Cruzeiro em 1995. Ele já foi deputado por três vezes e era suplente do senador Itamar Franco. Ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Perrella informou ter R$ 490 mil em bens, mas adquiriu uma fazenda estimada em R$ 60 milhões. Sobre isso, o Ministério Público Eleitoral investiga a evolução patrimonial do parlamentar. 
Seu filho é o deputado estadual Gustavo Perrela, que, oficialmente, é mais rico que o pai. Declarou à Justiça Eleitoral ter patrimônio de R$ 1,9 milhão.

Já o helicóptero que foi apreendido pela PF, deverá ser confiscado. O governo do Espírito Santo e a própria PF manifestaram oficialmente, em juízo, interesse na utilização do helicóptero da família do senador. Em despacho do juiz federal Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa, antes do recesso de fim de ano do judiciário, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e o comando da Superintendência da PF daquele estado declararam que pretendem ficar com o helicóptero modelo Robinson 66, avaliado em R$ 3 milhões. Pela legislação, qualquer meio de transporte utilizado para o tráfico de drogas pode ser confiscado para uso do Estado, caso comprovado o interesse público e responsabilidade de conservação do bem.

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