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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, janeiro 25, 2014

Dilma viaja a Cuba para Cúpula da Celac e encontro com Raúl Castro

Agência Brasil
Na segunda-feira, Dilma se encontra com o presidente cubano Raúl Castro e na terça (28) representa o Brasil na reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O evento tem programação também para quarta-feira, mas a participação da presidenta deve se restringir ao primeiro dia.
Criada oficialmente em 2011, a Celac visa ao diálogo político e à cooperação de todos os 33 países da América Latina e do Caribe. Esta é a segunda cúpula do órgão, e vai tratar de temas como a luta contra a fome, a pobreza e as desigualdades na região. O Chile foi a sede do primeiro encontro da Celac no ano passado.
No último dia 9, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que vai propor o ingresso na Celac de Porto Rico, território associado aos Estados Unidos.
A agenda do evento tem programação durante todo o dia 28, incluindo fotografia oficial dos chefes de Estado no Palácio da Revolução. Durante a cúpula, a presidência pro tempore da organização será repassada por Cuba à Costa Rica.
Dilma terá ainda, na segunda-feira, encontro particular com o presidente cubano, Raúl Castro. Ao lado dele, participa também da inauguração da primeira fase do Porto de Mariel. A obra, segundo o Itamaraty, conta com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ao ser reeleito em 2013 para mais quatro anos à frente de Cuba, Raúl Castro assumiu a necessidade de transição política no país e de mudanças que consertem erros do passado.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o comércio entre o Brasil e Cuba aumentou quase sete vezes no período de 2003 a 2013, subindo de US$ 91,99 milhões para US$ 624,79 milhões. Os principais produtos brasileiros vendidos a Cuba são o óleo de soja, arroz e milho.

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