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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, janeiro 07, 2014

Japão desrespeita leis internacionais e mata 4 baleias no Santuário Antártico

Estas imagens mostram a triste realidade de um navio baleeiro japonês.
    Osmairo Valverde

As imagens chocam porque as baleias foram capturadas dentro de um ambiente considerado um “santuário internacional”, onde centenas se reúnem anualmente.


O grupo anti-caça à baleia, Sea Shepherd, diz que avistou o NisshinMaru navegando pela área protegida do Santuário Antártico das Baleias durante a temporada anual de caça.

O drone da organização sobrevoou o navio e flagrou 3 baleias mortas na parte traseira. A Sea Shepherd disse que tinha visto a frota japonesa capturar ontem e existiam evidências de que quatro baleias tinham sido abatidas.

Os ativistas disseram que, ao total, 5 navios japoneses estavam na região. Eles uniram esforços para obrigar os navios a saírem da área: "Há três cadáveres no navio, a quarta carcaça foi cortada. 
 
Há sangue por todo o lado. Eles possuem uma fábrica dentro do navio onde pegam apenas a carne e jogam as miudezas e vísceras no oceano”, comentou Bob Brown, presidente da Sea Shepherd australiana. "Isso é apenas uma sangrenta cena horrível, medieval que não tem lugar no mundo moderno”, salientou.
Quando o Nisshin Maru foi detectado pela primeira vez a partir do ar, o Sr. Brown afirmou que o navio violou o direito internacional porque estava nas águas territoriais da Nova Zelândia.

A caça comercial de baleias está proibida no santuário, que foi designado pela Comissão Baleeira Internacional (CBI), em 1994, mas o Japão pega os animais lá sob uma brecha de fazer "pesquisa científica".

O Ministro das Relações Exteriores da Nova Zelândia, Murray McCully, negou que a caça às baleias estava ocorrendo dentro da jurisdição marítima de seu país, dizendo que o local era considerado águas internacionais.

"O governo da Nova Zelândia pediu repetidamente para o Japão para acabar com seu programa de caça às baleias. Reiteramos esta mensagem hoje", disse ele.

A Agência de Pesca do Japão disse que seu programa estava sendo conduzida "de acordo com um plano de pesquisa submetido à IWC”. "Não temos conhecimento da existência de um santuário baleeiro por isso não quero comentar sobre os seus argumentos", disse um porta-voz da agência.

O Ministério das Relações Exteriores japonês disse: "Não era uma violação ou um abuso de uma brecha na convenção internacional, muito pelo contrário, este é um direito legítimo nos termos do artigo VIII da Convenção Internacional para a Regulação da Atividade Baleeira", ele disse.

Dr. Brown descreveu "violência maciça" contra as baleias, usando arpões com pontas de granadas para pegá-las e afirmou que a Sea Shepherd faria "tudo o que puder para evitar pacificamente essa destruição grotesca e cruel”, também pedindo a Austrália e Nova Zelândia que comecem a agir. “Não há nada de científico sobre isso, é carnificina", disse Brown.

Austrália levou o Japão ao Tribunal Internacional de Justiça em busca de ter seu programa de caça às baleias com apelo de pesquisa declarado ilegal.

Peter Hammarstedt, capitão do navio da Sea Shepherd, disse que o Japão havia mostrado "desrespeito pelo direito internacional, continuando a sua caça de baleias de forma ilegal, enquanto o mundo aguarda pacientemente a decisão do Tribunal Internacional de Justiça”.
Fonte: Jornal da Ciência

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