Tijolaço: O Brasil vai afundar com pleno emprego
O Brasil está se acabando, segundo a mídia. Mas com todo mundo empregado, né?
Fernando Brito, no Tijolaço
A tragicomédia da imprensa brasileira, que transforma em “desgraça”
todos os problemas econômicos que nosso país tem diante de um mundo
abalado, desde 2008, pela crise e pela estagnação da economia, tem um
grande inimigo: os fatos.
O dado divulgado agora de manhã pelo IBGE, registrando (mais um)
recorde na taxa de ocupação dos brasileiros, com o menor índice já
apurado, na história, nas regiões metropolitanas do país é um destes
fatos contra os quais só há argumentos se eles forem de má-fé.
Repito, o menor desemprego de toda a história deste país.
Como foi má-fé a exploração de que “o desemprego não era tão baixo
assim” quando o IBGE lançou uma nova pesquisa, mais abrangente que
aquela que vem sendo feita desde 2002 e que, portanto, é a que pode
servir de comparação.
O trabalho divulgado pelo IBGE tem outras informações reconfortantes.
Por exemplo a de que não apenas aumentou muito proporção dos
trabalhadores com carteira assinada, desde 2003, como a de que isso se
deu dentro de um processo de inclusão e justiça social.
De 39,7% de trabalhadores do setor privado, passamos a 50,7% em dezembro passado.
Entre 2003 e 2012, o número de trabalhadores negros ou mestiços com
carteira assinada, que era muito inferior ao da população branca
praticamente igualou-se.
É claro que a economia brasileira tem problemas e terá ainda mais com
a crise a conta-gotas que o fim do ciclo de expansão monetária da
política norte-americana for sendo encerrado, o que “chupa” de volta
para os títulos do Tesouro dos EUA a montanha de dólares espalhados pelo
mundo, sacolejando os fluxos de capital dos países emergentes.
Mas estamos numa situação que nem de longe pode ser classificada como
crise, ainda mais sob a ótica do povo trabalhador, onde crise econômica
tem um sinônimo: não conseguir emprego.
Um trabalhador que, a duras penas, vem conseguindo elevar seus níveis
de escolaridade, embora a “nata” econômica, que reclama de sua
desqualificação não apenas não move uma palha para treiná-lo e educá-lo
quanto pratica uma cruel rotatividade, mandando embora todos aqueles que
se tornam mais capazes pela experiência e, portanto, começam a ter
sonhos “perigosos” de pretender uma remuneração melhor.
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