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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 05, 2013

ESQUENTA A GUERRA FRIA - RÚSSIA ENVIA NAVIOS DE GUERRA PARA O MEDITERRÂNEO


INTERVENÇÃO AMERICANA NA SÍRIA É AVENTURA IRRESPONSÁVEL

Rússia envia três navios ao Mediterrâneo para monitorar situação na Síria
04/09/2013
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo da Rússia enviará a partir de amanhã (5) três navios ao Mar Mediterrâneo. A decisão ocorre no dia seguinte de Israel e Estados Unidos fazerem exercícios militares na região com testes de mísseis. A iniciativa, segundo autoridades russas, de manter embarcações em alto-mar é para monitorar mais de perto a situação na Síria.
Os três navios partirão para o Mediterrâneo a partir dos portos de Novorossiysk. Priazovie e Minsk. Na segunda-feira (2), autoridades russas informaram que havia necessidade de reforçar o esquema de segurança na área, em meio à ameaça de intervenção militar por parte dos Estados Unidos à Síria.
Ontem (3), israelenses e norte-americanos fizeram testes com o lançamento de mísseis no Mar Mediterrâneo, segundo militares da Rússia. O objetivo do exercício militar foi testar o míssil Ankor, que é um sistema do tipo radar.
Os testes com mísseis ocorrem no momento em que os Estados Unidos anunciaram a decisão de promover uma intervenção militar na Síria, depois das denúncias de uso de armas químicas que causaram a morte de cerca de mil civis, inclusive crianças e adolescentes. A decisão norte-americana conta com o apoio de Israel, do Reino Unido e da França.
*Com informações da agência pública de notícias da Rússia, Itar-Tasse
Edição: Marcos Chagas
*Saraiva

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