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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, fevereiro 08, 2014

Jornalista é ameaçada de morte após criticar apresentadora do SBT


Jornalista é ameaçada de morte após discordar e criticar comentário da apresentadora do SBT, Rachel Sheherazade

sheherazade ameaça de morte
Após criticar Rachel Sheherazade, jornalista e professora Ciele Victor é ameaçada de morte (Edição: Pragmatismo Político)
Na manhã desta quinta-feira, 6, a professora universitária e jornalista Cilene Victor da Silva foi ameaçada de morte. De acordo com relato dela em sua página pessoal no Facebook, duas intimidações foram feitas por telefone, além de outras que recebeu pela rede social ou mensagens. A profissional acredita que a violência é resultado de suas críticas ao trabalho da apresentadora do SBT, Rachel Sheherazade. As informações são do portal Comunique-se.
Cilene fala que recebeu duas ligações hoje de manhã com ameaças e intimidações. As vozes do outro lado da linha, segundo ela, eram masculinas. A professora conta que não imaginou ser intimidada e revela que a violência começou após um perfil no Facebook em nome da Rachel divulgar sua página pedindo que denúncias fossem feitas (confira aqui). “Segundos após o post, comecei a receber 10, 20, 50 recados com mensagens de agressões à minha integridade física e moral”.
Sobre a violência, ela diz não ter medo do que ouviu pelo telefone. “As ameaças telefônicas não me assustaram, pois as ligações vieram sem identificação, mas as que escreveram aqui (no Facebook) sim porque tem nome completo das pessoas. Isso mostra que elas não têm nada a perder”.

O caso

Nesta semana, Cilene falou sobre o trabalho de opinião de Rachel exibido pela emissora de Silvio Santos no ‘SBT Brasil’. A professora repudiou o ponto de vista da apresentadora, que definiu como “marginalzinho” um garoto de 15 anos que foi amarrado nu a um poste e torturado no Rio de Janeiro.
Segundo Rachel, “num país que ostenta incríveis 26 assassinatos a cada 100 mil habitantes, a atitude dos ‘vingadores’ é até compreensível”.
Docente da Cásper Líbero, a acadêmica questionou onde “estão o Ministério Público do Estado de São Paulo, a Fenaj, o Sindicato Jornalistas São Paulo, a direção de Jornalismo do SBT?” e sugeriu que uma investigação fosse feita pelo Ministério Público.
Nathália Carvalho
*pragmatismopolitico

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