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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, março 04, 2014

PSOL bizarro: em Cubatão, candidato a prefeito pela legenda na última eleição pede golpe militar já




Candidato a prefeito do PSoL em Cubatão justifica novo golpe militar

por Carlos Mercuri, para o Spresso


Mensagem de Toninho da Elétrica no Facebook defende intervenção das Forças Armadas já em 31 de março, quando se completam 50 anos do golpe militar

O comerciante José Antonio Araújo Pereira – “Toninho da Elétrica” -, do PSol de Cubatão, postou em sua página no Facebook, neste domingo (2), mensagem que, no mínimo, destoa da pregação socialista de seu partido. Toninho, que foi candidato a prefeito de Cubatão em 2012, obtendo 927 votos (1,28% do total), defende intervenção militar já no próximo dia 31 de março, “por causa da impunidade e a corrupção”. Em outro post, diz que “acredita que lugar de bandido é na cadeia, não importa se é do PT, do PSDB ou da PQP”.

Confira a mensagem postada pelo ex-candidato no domingo (na grafia em que foi escrita):

“PELAS REDES SOCIAIS O BRASIL ESTÁ PRESTES A ( PARAR ) 

COM A MAIOR INTERVENÇÃO MILITAR …
POR CAUSA DA IMPUNIDADE E A CORRUPÇÃO……VEJAMMM

FFAA, INTERVENÇÃO MILITAR JÁ EM 31/MARÇO/2014 (50 anos depois da 1a. grande limpeza Comunista). VAMOS AOS FATOS: EXECUTIVO Corrupção generalizada, CONGRESSO NACIONAL de joelhos para o Executivo, STF desmoralizado c/+54% de Submissão ao Executivo, BNDES Financiando (Comunistas e Narco-Tráfico, Cuba, Bolívia, Venezuela, etc.) e interesses partidários, Finanças Públicas manipuladas a todo momento, Petrobrás desvalorizada no mercado de capitais e Operação Pré-Sal de viabilidade não Convincente, Insegurança Pública c/Impunidade em todas as grandes cidades, Serviço Público em geral péssimo, Custo Financeiro nas alturas, Mídia (TV, Jornais, Revistas, etc.) à serviço da gestão corrupta do Executivo mediante alta remuneração, Urnas Eletrônicas DieBold de sistema manipulável e confiabilidade duvidosa, Bolsa Família é um Assistencialismo eleitoreiro sem qualquer perspectiva de desenvolvimento social, etc., etc., etc.”

A mensagem, até a redação desta nota, contava com 11 curtidas e 11 compartilhamentos. Os comentários, porém, são críticos em relação à contradição entre o conteúdo do post e o que defende o partido.

O SPressoSP fez contato com Toninho e com a Executiva do PSol em São Paulo para ouvir sua posição a respeito, mas não obteve retornos até o momento de publicação desta nota.



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