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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, abril 03, 2012

Alvo de denúncias, Demóstenes anuncia saída do DEM

 

 

  • A, 3 Abr (Reuters) - O senador Demóstenes Torres (GO) anunciou sua desfiliação do DEM nesta terça-feira, após denúncias de suposto envolvimento com Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado pela Polícia Federal de ser o chefe de uma quadrilha de exploração de jogos ilegais.
Na segunda-feira, o DEM abriu um processo de expulsão de Demóstenes do partido. Oficialmente comunicado nesta terça da decisão, o senador encaminhou carta ao presidente da sigla, senador José Agripino (RN), informando sobre sua desfiliação.
"Diante do pré-julgamento público que o partido fez, comunico a minha desfiliação", diz o documento encaminhado por Demóstenes.
A legenda decidiu iniciar o processo de expulsão após reunião na segunda-feira. Demóstenes havia prometido participar do encontro para apresentar sua defesa, mas não compareceu. Pediu mais tempo para se explicar.
Denúncias veiculadas na imprensa apontam que Demóstenes e Cachoeira teriam uma relação próxima. O senador teria pedido a Cachoeira, preso desde fevereiro pela Polícia Federal, que pagasse despesa com táxi-aéreo de 3 mil reais, além de supostamente ter revelado detalhes de reuniões reservadas das quais participou com autoridades do Executivo, do Judiciário e do Legislativo.
Na quinta-feira da última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para apurar o envolvimento do senador e determinou a quebra de seu sigilo bancário.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
*Yahoo

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