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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, abril 22, 2012

Eleição de touro 'nº 1' revolta ONGs de proteção animal


ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO
MARCELO TOLEDO
EDITOR-ASSISTENTE DA "FOLHA RIBEIRÃO" 
Entidades de proteção animal travam nova batalha contra os rodeios, desta vez por causa de um ranking que prevê "eleger" o melhor touro da temporada nas arenas. 
Organizadora do principal circuito de rodeio no país, a PBR (Professional Bull Riders) criou um ranking que busca revelar "novas estrelas" nas festas de peão e premiar com R$ 100 mil o tropeiro dono do melhor boi. 
Para as ONGs de proteção animal, a medida viola a integridade dos touros e potencializa a chance de eles serem vítimas de maus-tratos, já que os que pulam mais teoricamente têm notas melhores. 



Peão em touro que caiu nos primeiros pulos e saiu da arena arrastando as patas na festa de Barretos de 2011
Peão em touro que caiu nos primeiros pulos e saiu da arena arrastando as patas na festa de Barretos de 2011*NINA

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