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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, abril 23, 2012

Lula confirma presença em lançamento de documentário

Vídeo destaca momentos emocionantes de Lula presidente

Está previsto para a próxima quarta-feira (25) em Brasília, no Museu da República, o lançamento do documentário “Pela Primeira Vez”, do fotógrafo Ricardo Stuckert. Em trailer divulgado na internet, da a entender que o filme mostrará os momentos finais do segundo mandato de Lula e a posse de Dilma Rousseff.
Logo na abertura do documentário, Lula aparece ao visitar o então vice-presidente José Alencar. As imagens são do dia 1 de janeiro de 2011, e Lula fala “Nunca antes na história do mundo um presidente teve um vice da qualidade que eu tive, nunca, caráter, companheiro, solidário, fiel ao presidente. Meu companheiro, você é mais que um companheiro, você é um irmão!”.
Dilma Rousseff também aparece em destaque. Stuckert registrou o momento em que a presidenta chora ao assumir a presidência. “E sei que meu mandato deve incluir a tradução mais generosa desta ousadia do voto popular, que após levar à presidência um homem do povo, um trabalhador, decide convocar uma mulher para dirigir os destinos do país. A partir deste momento sou a presidenta de todos os brasileiros!”.
Outro momento do documentário mostra Lula voltando ao lugar onde sente-se em casa. São Bernardo do Campo. Na ocasião, Lula participa de comício e pede votos para Dilma. “Portanto companheiros e companheiras, agora o que eu peço para vocês é que com o mesmo carinho que vocês me apoiaram a gente tem que apoiar a companheira Dilma, os adversários são os mesmos, os preconceitos são maiores e muito mais!”.


*comtextolivre

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