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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, abril 23, 2012

Quem controla a informação ?
É o nó da CPI da Veja


A batalha não é sobre a associação do crime organizado ao PiG (*) e a governos tucanos.

Aparentemente,  o que surgiu até agora do tucano Marconi Perillo é a ponta do iceberg.

( O senador Requião quer que a CPI da Veja investigue a possibilidade de Carlinhos Cachoeira ter negociado a instalação do crime organizado no Paraná, com  membros do governo tucano do Beto Richa.)

Sobre o PiG, alem do conluio entre a Veja e a Globo – a Globo transforma em Chanel # 5 o sólido detrito de maré baixa da Veja -, a associação do Correio Braziliense e outros notáveis órgãos do grupo Associados ao crime organizado ruborizaria o próprio Chateaubriand.

Mas, não é tudo.

Suspeita-se que notáveis colonistas (**) de notáveis jornais do PiG se tenham enlameado nos grampos do Cachoeira.

A desmoralização do PiG, colonistas e de governadores tucanos não significa desmoralizar a hipocrisia da oposição.

Por um motivo muito simples.

A oposição de verdade é o PiG.

Que precisa  vingar a derrota nas três últimas eleições presidenciais e a próxima queda do reduto conservador na cidade de Sao Paulo.

Derrotas que o PiG sofreu na carne, porque o Alckmin e do Cerra não passavam de seus meros instrumentos eleitorais.

Clique aqui para ler a interpretação que Fernando Brito, no Tijolaço, deu à pesquisa do Datafalha que mostra a es-pe-ta-cu-lar popularidade da Dilma e do Lula.

A manipulação da CPI da Veja e a condenação do José Dirceu no mensalão serão o terceiro turno do PiG – já que Alckmin e Cerra foram impotentes.

Para conseguir isso, o PiG tenta, antes,  um Golpe contra ministros do Supremo.

Ganhar no tapetão, com a gazua, a faca no pescoço dos juízes.

Constranger os ministros, impor uma urgência artificial, exigir um compromisso publico, irreversivel, porque a cabeça de Dirceu é como a de João Batista – só ela vingará Herodias.

(Quem seria a Herodias de Brasília – do Estadão, da Folha ou do/a Globo, amigo navegante  ?)

Para atingir esses objetivos edificantes, o PiG empregará um expediente estratégico: controlar as informações que brotem da CPI.

Porque já tem o quase-monopólio dos meios formais de comunicação.

É uma velha estrategia do arsenal piguento: controlar o fluxo de informações e fechar o acesso aos podres dos tucanos e membros do PiG.

Foi o que fez na CPI dos Correios, dita do mensalão.

O PiG recebe informações privilegiadas, exclusivas, joga fora o que não  interesse, e pendura o Governo e aliados no poste.

Transforma a Delta em mãe do PAC e o Protogenes em filho do Cachoeira.

Hoje, o PiG se abastece de advogados e procuradores.

Dupla que substitui o Cachoeira como fonte de informação do PiG e seus colonistas (**).

O desafio do PT na CPI e na Comissão de Ética do Senado é quebrar esse monopólio.

“Democratizar” a informação.

Levar o Robert(o) Civita para abrir os trabalhos e mostrar como produzia detritos sólidos que a Globo transforma em Chanel # 5.

Seria um bom começo.

A desmoralização escancarada do Robert(o) vai respingar em todo o PiG e a oposição.

Porque a Veja era o gérmen das tentativas mais dramáticas de Golpe.

O grampo sem audio que salvou o Daniel Dantas.

E as imagens de corrupção nos Correios,  produzidas pelo Cachoeira e o Robert(o), e levaram à queda do Dirceu.

Clique aqui para ler “TV Record melou o mensalão”.

Depois do Robert(o), o segundo a depor deveria ser o Ernani de Paula, que revelou a autoria do Cachoeira  e do Demóstenes nesse vídeo dos Correios.

Depois, o Lereia, o alto dirigente tucano, que desempenha o papel de porta-voz do Cachoeira.

A CPI controlada pelo Governo deve chamar também o Ali Kamel para revelar a formula do Chanel # 5.

E explicar por que a Globo usou o Mino Pedrosa, notável colonista do PiG (*), para incriminar o Jose Dirceu.

Está nas mãos do relator do PT democratizar as informações da CPI da Veja.

Se é que o PT já percebeu que o PiG é a maior ameaça à democracia brasileira.

Não é isso, Bernardo ?

Clique aqui para ler “a CPI da Veja vai acabar com o ‘espetáculo’ da Globo”.


Paulo Henrique Amorim

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