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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 16, 2011

Câmara dos Deputados abre processo disciplinar contra Jair Bolsonaro https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih_sgpEX_eFNTnisYIgXsN2FldRiuWoDRrOnoYuQZDv7L7YQ-OynPjP7Ys8lMCTpwBqQFEEBXX-wrhxMOV-IYQUeP7SiLmBjW0nU5WF_hqTwKvU9Szv3UbnVl3RVlQuo8HXoY2TN-75Ez4/s1600/bolsonaro.jpg

O Conselho de Ética da Câmara instalou nesta quarta-feira um processo disciplinar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), acusado de violar o decoro parlamentar por distribuir panfletos considerados homofóbicos durante um debate sobre a criminalização da discriminação contra homossexuais.
Os panfletos acusavam o governo de querer "transformar crianças em homossexuais" com a distribuição de material educativo contra a homofobia nas escolas - projeto que foi abandonado pela presidente Dilma Rousseff em virtude da oposição da igreja e grupos conservadores.
Por conta do episódio, Bolsonaro protagonizou uma acalorada discussão com a senadora Marinor Brito, do PSOL, nos corredores do Senado diante das câmeras de televisão.
O PSOL promoveu a abertura do processo disciplinar no Conselho de Ética pelas ofensas que Bolsonaro supostamente proferiu contra a senadora e por seus "pronunciamentos agressivos" contra os projetos de criminalização da homofobia.
O processo também acusa Bolsonaro de racismo, por uma declaração no programa de televisão humorístico "CQC", quando disse que não falaria de "promiscuidade" quando perguntado sobre como reagiria se um filho seu tivesse uma namorada negra.
Após a repercussão negativa, o deputado alegou que não tinha entendido bem a pergunta e negou que seja racista.
O Conselho de Ética da Câmara analisará o caso de forma preliminar para estudar se abre uma investigação que poderia terminar com a cassação do deputado.
*comtextolivre

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