Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 30, 2011

Encerre sua conta no UOL hoje mesmo

“Hacker” da Folha é um tiro no pé
A Folha publica hoje que um “hacker” invadiu o computador pessoal da então candidata à Presidência da República e o do ex-ministro José Dirceu, e tentou vender dados sobre a correpondência de cada um deles ao PSDB e ao PFL.
Historinha mal-contada.
O tal hacker não invadiu o computador de ambos, mas os do UOL, pertencente à empresa que edita a Folha, onde estavam armazenadas as mensagens. Aliás, nem a matéria o nega.
No caso do ministro Dirceu, o “sofisticadíssimo” método de invasão foi dar um telefonema para o UOL e, dizendo ter perdido a senha, conseguir outra que permitiu o acesso à caixa postal.
Qualquer sistema be-a-bá de caixa postal não fornece isso, a não ser para outro e-mail registrado na abertura da conta.
Eu, se tivesse uma conta de e-mail no provedor UOL, a encerraria hoje mesmo.
A matéria bem que poderia ter um título do tipo “UOL permite violação da privacidade de seus clientes”.
Mas aquilo que é mais grave é que a Folha se tornou cúmplice da violação, ao divulgar conteúdo de natureza pessoal e privada, sem nenhuma questão que envolvesse o interesse público.
Diz que o “hacker” pediu dinheiro ao PSDB e ao DEM, e não diz a quem foi pedido. Nem sequer registra que ele se negou a dar nomes.
A matéria não é uma reportagem, é uma confissão.
E ainda tem um projeto determinando que os provedores guardem os dados de acesso e conteúdo de seus usuários, vejam só…
Depois da ficha falsa de Dilma, ficamos sabendo agora que a Folha acha “normal” violar dados de caixas postais do servidor que pertence a ela mesma…
*comtextolivre

Nenhum comentário:

Postar um comentário