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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 28, 2011

Sem alarde, salário de Kassab tem alta de 62%

 

Terça-feira 28, junho 2011
O prefeito Gilberto Kassab (sem partido) usou uma brecha jurídica de 1992 para aumentar em 62% seu salário no início do ano. Sua remuneração passou de R$ 12,3 mil para R$ 20 mil sem aprovação da Câmara Municipal – segundo a Lei Orgânica, a Casa possui competência exclusiva para fixar os subsídios do prefeito. A justificativa é um decreto legislativo de 1992 que atrela seu salário ao dos deputados estaduais.
Segundo o texto, a remuneração do prefeito passou a corresponder, a partir de janeiro de 1993, a 75% do salário dos deputados estaduais. Os parlamentares tiveram um aumento de 61,8% aprovados na Câmara dos Deputados em dezembro de 2010, junto com os deputados federais.
Uma resolução similar a essa e também aprovada em 1992 foi utilizada no início do ano para elevar os salários dos vereadores da capital, mas foi questionada pelo Ministério Público, que entrou com ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra a norma. A ação está sob análise da Justiça.
Desde janeiro de 2009, Kassab recebia salário de R$ 12,3 mil e não havia anunciado qualquer mudança na sua remuneração. O site da Prefeitura, porém, mostra que o prefeito ganha R$ 20 mi. Ontem de manhã, o JT o questionou pessoalmente sobre seu salário. O prefeito confirmou que recebia aproximadamente R$ 12 mil.
A Lei Orgânica do Município diz também que a remuneração do prefeito só poderá ser estabelecida por meio de lei, e não menciona a possibilidade de decreto.
Por Helena
*osamigosdoBrasil 

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