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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 03, 2010

Os EUA massacrando a democracia






(Para quem ainda tinha dúvidas) Conversas gravadas provam que Nixon queria eliminar Salvador Allende


Por Pedro de Azevedo Peres do blogmaton

Conversas gravadas provam que Nixon queria eliminar Salvador Allende in Ionline

Um artigo de André Patrocínio com base nas conclusões retiradas de gravações agora desclassificadas das conversas entre o então presidente norte-americano, Nixon, e o seu conselheiro de Segurança Nacional, Henry Kissinger - e divulgadas agora pelo Centro de Investigação e Informação Jornalística do Chile (CIPER).

É preciso recordar, até para os mais jovens, que Salvador Allende foi eleito democraticamente, tendo sido ratificada a sua eleição pelo Congresso Chileno a 24 de Outubro de 1970.

O apoio do povo chileno a Salvador Allende foi demonstrado claramente nas eleições parlamentares de 1971 e nas autárquicas de 1973, nas quais os partidos que constituíam a Unidade Popular cresceram em número de votos.

Foi deposto por um golpe militar brutal e sangrento, em 11 de Setembro de 1973, dirigido pelo general Augusto Pinochet e apoiado logística e diplomaticamente pelo Governo dos EUA.

"Era imperioso acabar com aquele "mau exemplo".

O democrata Salvador Allende cercado no Palácio de La Moneda escolheu a morte à rendição.

Seguiu-se a ditadura e a repressão animalesca, brutal e impiedosa.

Em 1990 o seu corpo foi exumado da campa anónima onde jazia, tendo sido enterrado em Santiago com as devidas honras e grandes manifestações populares.

do cidadã do mundo


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