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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, abril 23, 2012


A Caixa abre mais cedo.
Essa Dilma …

Desta segunda-feira até 11 de maio, as agências da Caixa em todo o país abrirão uma hora mais cedo.

E vão abrir também no sábado 12 de maio, das 9 às 16 horas.

Faz parte do programa “Caixa Melhor Crédito”, em que, como o Banco do Brasil, a Caixa reduziu os juros duas vezes consecutivas.

É a estratégia da Presidenta, que resolveu peitar os bancos, com a ajuda da Caixa, do Banco do Brasil e do BNDES.

Como se sabe, o Farol de Alexandria, num documento do Ministerio da Fazenda prometeu ao FMI vender a Caixa,  o Banco do Brasil e, se pudesse, transformava o BNDES num escritório tropical do Morgan Stanley.

O primeiro movimento da Dilma foi para que os bancos reduzissem o spread – a diferença entre o custo de captar dinheiro e o que cobram do cliente.

O PiG (*) e seus colonistas (**) enfatizavam que o Brasil tinha – porque não tem mais – a mais alta taxa de juros reais do mundo.

Mas não diziam que os spreads também.

Como não costumam dizer que o custo das tarifas bancárias no Brasil é um dos mais altos do mundo.

Agora, informou o Globo, neste domingo, na página 22, que, depois dos spreads, a Dilma quer ter uma conversinha com  os bancos sobre as tarifas bancárias.

E mostra uma tabela impressionante:

para abrir cadastro, os bancos privados cobram, na média, R$ 390;

os públicos, R$ 32;

para fazer transferencia entre contas, num mesmo banco, os privados cobram na media R$ 60;

os públicos, R$ 1,54


A Dilma cismou que o custo de um empréstimo no Brasil tem que seguir padrões internacionais.

Ainda mais agora que a Selic se aproxima dos 8%.

O sistema bancário brasileiro era intocável.

Era.

O presidente do Banco Central não preside mais o BankBoston.

O presidente do Banco Central é funcionário de carreira.

Que não veio de banco privado, nem consta que queira ir.

A Dilma decidiu entrar na jaula dos leões.

Em tempo: saiu no UOL:

Caixa cria linha especial para compra de móveis e linha branca


DE SÃO PAULO


Em meio à temporada de redução de juros dos grandes bancos brasileiros neste mês, a Caixa Econômica Federal avançou nesta segunda-feira com mais uma iniciativa para ampliar a oferta de crédito a seus clientes. Beneficiários do Minha Casa Minha Vida terão uma linha especial para mobiliar a casa.


O banco vai disponibilizar R$ 2 bilhões aos participantes do programa federal que quiserem adquirir móveis e itens da linha branca, como geladeira e fogão. O crédito poderá ser contratado a partir da sexta-feira (4).


(…)



Paulo Henrique Amorim

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