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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, abril 21, 2012

Veja une-se a banqueiros para convencer leitor burro a pagar juros de agiotagem

 

A revista Veja, sabuja de banqueiros, apronta mais uma:
Esse "em alguns casos" citado acima, é esclarecido em outro texto: trata-se do HSBC

Ora, ninguém vai "perceber efeitos da redução de juros" se não for na agência exigir refinanciar sua dívida, ou se não trocar de banco.

Vocês acham que bancos privados vão ser "bonzinhos" a ponto de baixar juros automaticamente para quem já tem dívidas contratadas e ficar acomodado sem reclamar? É claro que não.
Mas a Veja tem seus papagaios que ainda pensam que os banqueiros seriam "bonzinhos" e baixariam juros no piloto automático:

 
Esses leitores a revista se merecem.

Além disso, há na "reporcagem" acima, o merchandising descarado do banco privado Santander.

Em outro texto, na mesma data, no site da revista chega a surtar em matéria de lamber as botas dos banqueiros. Escreve coisas para fazer propaganda negativa de bancos públicos, explorando viés ideológico:
O Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF) agiam a soldo do Palácio do Planalto, que, preocupado em estimular a economia, não pensou duas vezes em intimar os “seus” a serem indutores da redução dos chamados spreads (diferença entre o custo de captação e de empréstimo no setor).
Mas como mentira tem perna curta, a Veja acaba entregando o jogo, sem querer, já no título da "reporcagem":
 

Ou seja, de fato existe uma tentativa dos bancos PRIVADOS de falarem que baixam juros, mas não estão cumprindo na prática para a maioria dos clientes.
 
A catimba é dos bancos PRIVADOS, como o corpo do texto acaba entregando:
...Em alguns casos, como no Santander, gerentes do segmento pessoa física nem estavam a par das reduções. “Tenho recebido seguidos e-mails de clientes perguntando sobre as novas taxas, mas nada mudou internamente. Continuamos fechando operações com os juros de sempre”, afirma uma gerente...
No HSBC, por exemplo, não basta ter conta salário no banco e ser adimplente. Para ter acesso a um crédito mais barato, os clientes devem investir em produtos do banco, tais como fundos ou seguros; não podem ter nenhum contrato de financiamento ativo na instituição; e ainda precisam de um avalista que seja correntista – alguém com renda suficiente para eventualmente arcar, em caso de atraso, com as parcelas do empréstimo que o tomador inicial almeja.
Se dependesse da Veja, o Brasil continuaria na roda presa dos juros escorchantes, e os brasileiros extorquidos pela agiotagem dos banqueiros privados.
 
E se depender dos bancos privados, continuará financiando revistas como a Veja e telejornais como os da TV Globo, para "convencer" brasileiros a se acomodarem à agiotagem.
No: Amigos do Presidente Lula

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