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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 08, 2010

Lider do Pig é convidada a falar a verdade






Paraguai rejeita desculpas da Globo


do “Blog da Cidadania“, por Eduardo Guimarães

Paraguai rejeita desculpas da Globo e a convida a visitar o país

Recebi e-mail do Ministério do Turismo paraguaio com informações veiculadas pelo site paraguaio ultimahora.com.

Segundo o e-mail, a Senatur (Secretaria Nacional de Turismo do Paraguai) não aceita as desculpas da SporTV (Rede Globo) por ter ridicularizado o país e convida a emissora, os apresentadores, o editor e o locutor do programa ofensivo a conhecer o Paraguai a fim de fazer uma reportagem “justa”.

Abaixo, a carta da ministra do turismo paraguaia, Liz Cramer:

“Escrevo na qualidade de ministra do Turismo do Paraguai, em relação ao material em que vosso programa pede desculpas ao nosso país pela patética e ofensiva reportagem veiculada recentemente.

Como profissionais do mundo da comunicação, com o poder de vossa rede e a imensa audiência que têm, vocês saberão entender que o pedido de desculpas não é suficiente. O impacto daquelas imagens é muito superior ao impacto de um pedido de desculpas com uma nota positiva.

Assim, estão convidados o editor e os apresentadores e o locutor do material para que venham a conhecer-nos e surpreenderem- se com este país e a derrubar preconceitos, para que depois façam uma reportagem justa sobre o que terão vivido aqui.

Insisto que aceitem o convite, porque merecemos que vossa audiência conheça nossa riqueza como nação, como destino turístico e como um país com uma dignidade que supera de longe o futebolístico. Asseguro que sairão do Paraguai convencidos de nosso valor”.

Liz Cramer

Ministra do Turismo

República do Paraguai

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Nota do Escrevinhador: o atrito entre a Rede Globo e o Paraguai surgiu devido à reportagem irônica e degradante que o SporTV fez sobre o país. Mais sobre o caso pode ser lido no texto de nosso colunista Marcelo Salles “As guerras do Paraguai“.



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