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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 01, 2010


Reforçando os laços com a África

Com o objetivo de reforçar as relações bilaterais do Brasil com países africanos, o presidente Lula embarca nesta sexta-feira (2/7) para a África, onde visitará seis países – Cabo Verde, Guiné Equatorial, Quênia, Tanzânia, Zâmbia e África do Sul. Veja nosso infográfico:

Infográfico: Thiago Melo

O primeiro compromisso do presidente brasileiro no continente africano é abertura da Cúpula Brasil-Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que será realizada no sábado (3/7) na Ilha do Sal, em Cabo Verde. No domingo (4/7), ainda em Cabo Verde, Lula participará de reunião bilateral com o presidente de Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanha.

Desde o início do governo do presidente Lula, a prioridade conferida à África passou a ser política de Estado, respaldada por ações concretas. Com base nas suas experiências bem-sucedidas, o Brasil deseja ser parceiro dos países daquele continente em projetos de desenvolvimento. A reunião deverá criar oportunidades para a cooperação para o desenvolvimento, investimentos e financiamento de projetos em campos como agricultura, infraestrutura e energias renováveis.

O segundo país africano a ser visitado pelo presidente Lula será a Guiné Equatorial, onde participará na segunda-feira (5/7) da cerimônia de abertura do Encontro Empresarial Brasil-Guiné Equatorial. Depois do evento, Lula se encontrará com o presidente do país africano, Teodoro Obiang Mguema Mbasogo.

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