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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, março 10, 2013


THC University ensina a cultivar maconha em casa

Redação em 07/03/13
*catracalivre





Economia “canábica” começa a se desenvolver em Estados que regularizaram o consumo recreativo da droga
Desde o final do ano passado, quando foi aprovada a emenda 64, que regulamentava o uso recreativo de maconha no Estado norte-americano do Colorado, vários setores da sociedade começaram a pensar como seria formada a chamara “economia canábica”. No mês passado, um primeiro passo foi dado para a formação desse setor: começaram as aulas da primeira turma da recém-fundadaTHC University – universidade que ensinará como cultivar maconha em casa.
divulgaçãodivulgação
A THC University ministra cursos em três níveis distintos: Associates (básico), Bachelors (intermediário) e Masters (avançado)
A nova legislação permite a posse de até 28,5 gramas  (o equivalente a uma onça) de maconha para maiores de 21 anos. De agora em diante, ela será taxada e vendida em lojas licenciadas pelo Estado, de forma semelhante como acontece com as bebidas alcoólicas.
Mas como o credenciamento dessas lojas só poderá ser feito a partir de outubro, a única solução imediata é o cultivo caseiro, já que a legislação também permite até seis pés de maconha plantados em casa.
É para que esse cultivo seja feito da forma correta que foi criada a universidade. Segundo os “professores”, não basta jogar a semente na terra, regar, esperar e fumar. Uma série de cuidados é necessária para que a maconha se torne boa para o consumo.
Assim, a THC University funciona com cursos separados em três níveis de especialização. O primeiro, básico, oferece um dia de aula e um certificado por US$ 175. O segundo, intermediário, inclui, além da aula, um kit de brindes por US$ 275. O mais avançado dá a mesma coisa que os anteriores e mais um kit para cultivo por US$400.
No Brasil
A medida adotada pelo Colorado – e também por Washington – contraria as próprias diretrizes do governo federal norte-americano, que considera a droga de alto risco e sem teor medicinal.
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Um exemplo de pés de canabis sendo cultivados em casa, em uma light box
No Brasil, a discussão sobre a legalização e a descriminalização do usuário ainda engatinha, colocando frente a frente um forte conservadorismo preconceituoso e uma desorganização dos movimentos que apoiam a legalização.
Por aqui, não existe mais a pena de prisão ou reclusão para o consumo, armazenamento ou posse de pequena quantidade de maconha nem penas para quem, “para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica”.
Segundo nossa legislação, fica a critério do juiz avaliar se as quantidades apreendidas se destinam ao consumo ou não. Quem quiser saber mais, pode consultar a LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006, que trata do assunto em nosso território.
*NINA

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