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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, novembro 05, 2013

Noooosssa, que coincidência, ein Serra

 do Mello
Mauro Ricardo, que arquivou processo do desvio de meio bilhão de reais em SP, é homem de confiança de Serra desde 1995
No último dia útil do ano de 2012, sexta-feira, 28 de dezembro, ao apagar das luzes da prefeitura Kassab, Mauro Ricardo mandou arquivar processo de investigação do esquema dos fiscais da prefeitura, revelado agora, que pode ter desviado R$ 500 milhões, meio bilhão de reais, dos cofres públicos de São Paulo. Ao ler isto, é bom não esquecer (porque a mídia serrista vai esconder o fato nas entrelinhas) que Mauro Ricardo era secretário de Kassab, porque era apadrinhado por Serra, seu Godfather. Acompanhe:
Mauro Ricardo Costa começou a trabalhar com José Serra em 1995, quando assumiu a Subsecretaria de Planejamento e Orçamento, no Ministério de Planejamento e Orçamento, comandado por Serra.
Quando Serra trocou de Ministério, passando a ser Ministro da Saúde, adivinhe quem foi chamado para assumir a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa)? Ele mesmo, Mauro Ricardo.
Em 2005, quando Serra chegou à Prefeitura de São Paulo, chamou Mauro Ricardo para ser seu Secretário de Finanças.
Depois, Serra se elegeu governador de São Paulo. Enquanto esteve à frente do cargo, seu secretário de Estado da Fazenda foi Mauro Ricardo.
Como Serra perdeu a eleição presidencial para Dilma, não deixou seu protegido ferido na estrada, ao desamparo, e Mauro Ricardo passou a exercer a mesma função de secretário de Finanças que exercia na administração Serra, afinal, o paulistano sabe que Serra é Kassab, e vice-versa.
*GilsonSampaio

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