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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, julho 19, 2010

Bresser Pereira admite privatização burra dos demotucanos ou chora o leite derramado






As privatizações equivocadas dos TUCANOS

Os negócios bilionários da telefonia


http://www.datasus.gov.br/cns/temas/bresser1.JPG

O prof. Luiz Carlos Bresser Pereira diz, em artigo publicado hoje, que o Brasil cometeu uma grande tolice: privatizou a telefonia fixa e móvel. A telefonia é um setor altamente rentável, com lucros fantásticos, bilionários, capitalismo sem risco.

De quebra, é um mercado em gigantesca expansão. Exemplo: há cinco bilhões de celulares no mundo e mais de 180 milhões só no Brasil. É mole? No caso do nosso país, há duas agravantes: o valor das contas telefônicas é uma das mais altas do mundo e o serviço ao consumidor é péssimo.

A telefonia fixa é monopólio natural. Não tem concorrência (ninguém vai ter dois ou mais cabos telefônicos para escolher a empresa prestadora de serviços). Privatizar para quê? É entreguismo puro, roubo contra os interesses nacionais.

Bresser admite algum tipo de privatização na telefonia móvel, por ser um segmento em que há concorrência. Ele lembra, no entanto, que a telefonia móvel gera lucros fantásticos, sem riscos. Para ele, a privatização, neste caso, só poderia ser feita para grupos nacionais.

A briga de portugueses e espanhois para dominar o mercado de telefonia no Brasil deveria, esta sim, servir para colocar no anedotário do país a burrice (para não dizer entreguismo puro!) dos tucanos. Eles é que fazem piada por adquirerem, na bacia das almas, negócio tão vantajoso.

Quem faz todas essas duras críticas não é nenhum estatista radical. É nada mais nada menos do que o prof. Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-ministro do governo FHC. Ele, pelo menos, teve a coragem de fazer auto-crítica!

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