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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 07, 2013

Bomba explode no prédio da OAB-RJ em retaliação à Comissão da Verdade

 


Via Conjur
Bomba explode no prédio da OAB-RJ , no centro do Rio
Marcelo Pinto
Uma bomba explodiu por volta de 15h50 desta quinta-feira (7/3) no prédio-sede da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, na avenida Marechal Câmara, 150, no centro da capital fluminense.
Em dez minutos, todos os funcionários haviam deixado o edifício de nove andares — o artefato teria explodido entre o oitavo e o nono andar.
Segundo informações passadas ao Disque-Denúncia, esta seria a primeira de três bombas e teria como objetivo retaliar a instalação da Comissão da Verdade, marcada para esta sexta-feira, na seccional carioca.
Carros do Corpo de Bombeiros e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro estão no local. Até as 17h50, o esquadrão antibomba não havia concluído a varredura no prédio.
Veja a nota oficial emitida pela OAB-RJ:
A OAB/RJ esclarece:
1. Hoje, por volta das 15h50, um artefato, lançado das escadas entre o 8ª e  o 9ª andar no prédio localizado à Avenida Marechal Câmara, 150, Centro, explodiu, sem causar danos ou ferimentos em qualquer dos funcionários da seccional fluminense da Ordem.
2. Logo em seguida, o presidente da seccional fluminense, Felipe Santa Cruz, recebeu um telefonema do comando do Corpo de Bombeiros avisando que havia recebido uma denúncia sobre a existência de três bombas que teriam sido “plantadas” na sede da OAB/RJ.
3. Por orientação dos bombeiros, o presidente da OAB/RJ recomendou que os funcionários abandonassem o prédio à espera da chegada do Esquadrão Antibombas da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
4. Os fatos serão investigados pela Delegacia Antibombas da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
5. A OAB/RJ aguarda a análise técnica do artefato e a investigação para se pronunciar.
*Texto alterado às 17h50 do dia 7 de março de 2013 para atualização.
*GilsonSampaio

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