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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 04, 2013

247 - Brasil 247 já tem seu candidato ao prêmio Nobel da Paz em 2013: é o soldado americano Bradley Manning, que vazou segredos militares americanos ao Wikileaks. Leia, abaixo, noticiário do Opera Mundi a respeito a disputa:
Bradley Manning é um dos 259 candidatos ao Prêmio Nobel da Paz de 2013
Número de inscrições é o maior desde o início da premiação, em 1895
Do Opera Mundi - O soldado norte-americano Bradley Manning, que assumiu na semana passada ter vazado milhares de documentos oficiais ao Wikileaks, é um dos 259 candidatos ao Prêmio Nobel da Paz de 2013.
O número de candidaturas é um novo recorde da premiação, segundo a organização divulgou nesta segunda-feira (04/03). No total, são 209 pessoas e 50 organizações.
O recorde vigente até hoje era o de 2011, quando se registaram 241 candidaturas. A escolha ocorre em outubro, em Oslo, na Noruega, e a entrega do prêmio, em dezembro. 
O diretor do Instituto Nobel, Geir Lundestad, disse que o aumento no número de candidaturas mostra o “interesse crescente ao prêmio e que as indicações vêm do mundo inteiro”. O nome dos candidatos é conhecido quando aquele que propõe a indicação o divulga, porque o instituto mantém o sigilo.
São conhecidas também as candidaturas da adolescente Malala, do Paquistão – que sofreu ataques ao defender o direito de estudar a mulheres e meninas em seu país –, a organização não governamental russa Memorial, que atua em defesa dos direitos humanos; o ex-presidente norte-americano Bill Clinton e o presidente de Myanmar, Thein Sein.
Em 2009, o prêmio Nobel da Paz foi entregue ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Em 2012, foi a vez de a União Europeia receber o prêmio. O prêmio Nobel da Paz é o único que se anuncia e entrega fora de Estocolmo, por decisão expressa do fundador dos prêmios.

O Prêmio Nobel foi criado em 1895 pelo químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (inventor da dinamite).

(*) com Agência Brasil

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