Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, fevereiro 06, 2014

Gilmar Mendes fez declarações "escandalosas", diz Bandeira de Mello


Via Jornal do Brasil
Jurista comentou insinuações de que doações de militantes do PT seriam 'lavagem de dinheiro'
O jurista Celso Antônio Bandeira de Mello afirmou que o ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF) fez acusações sem provas quando insinuou que as doações dos militantes do PT para bancar as multas dos petistas presos poderia ser lavagem de dinheiro. Nas declarações feitas ao jornal Folha de São Paulo, Bandeira de Mello afirmou que se sentia ofendido por ter sido um dos que colaborou com a coleta para os acusados pelo STF. "Como doador, me senti ofendido, porque Gilmar Mendes lançou publicamente uma suspeita sem provas e fui atingido por ela. Estou chocado", afirmou o jurista.
"Como doador, me senti ofendido. Estou chocado", afirmou o jurista
"Como doador, me senti ofendido. Estou chocado", afirmou o jurista Bandeira de Mello disse que as acusações de Gilmar Mendes são "escandalosas". A doação de feita por ele no valor de R$ 10 mil, quantia acordada entre outros advogados que participaram da campanha. Professor da PUC-SP e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o jurista afirmou que Mendes "faz acusações sem provas e irroga a terceiros a prática de um crime sem indícios e isso, vindo de um ministro da Suprema Corte, é escandaloso", disse ele.
Bandeira de Mello também é amigo do ex-presidente do PT José Genoino e foi uma das 2.620 pessoas que doaram ao petista para ajudá-lo a pagar a multa de R$ 667,5 mil imposta pela Justiça. O jurista disse ainda que "não vê lógica" na tese sobre lavagem de dinheiro. "O montante é grande porque as pessoas que doaram consideraram o julgamento do mensalão injusto". Ele pretende também fazer doações para José Dirceu e que só não doou para Delúbio porque "não era muito próximo" do ex-tesoureiro do PT. 
*Gilsonsampaio

Nenhum comentário:

Postar um comentário