Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, fevereiro 04, 2014

Globo já começou 2014 com outra infração em impostos



A Globo Comunicações e Participações, empresa que controla a TV Globo, foi autuada pela Receita Federal em 6 de janeiro de 2014.

De acordo com os sistemas públicos da Receita, o auto foi por infração no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Os valores e o conteúdo do processo não está acessível devido ao sigilo fiscal.

Antes disso, a empresa sofreu duas grandes autuações recentemente, que chegaram ao conhecimento público.

Uma foi por sonegação no imposto de renda na compra dos direitos de transmissão da Copa 2002 da Fifa, usando uma empresa "de fachada" em paraíso fiscal. Até hoje a Globo não mostrou o DARF para o povo saber se esta dívida foi paga. Em valores de 2006, eram R$ 615 milhões.

Outra autuação foi pelos donos da TV terem criado um empresa nova para comprar deles mesmos a empresa velha, visando cancelar dívidas com o fisco. A Receita Federal detectou a maracutaia e autuou a empresa em R$ 713 milhões. Depois de longa disputa, a Globo perdeu em todos os recursos e teve que pagar no final de 2013.
*
Helena Sthephanowitz
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário