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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 09, 2013

Fim da linha: Eike dá calote na própria empresa

SÃO PAULO, 9 Set (Reuters) - O empresário Eike Batista questionou a validade do exercício da opção concedida por ele à petroleira OGX e que o obriga a injetar 1 bilhão de dólares na empresa, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira pela companhia.
De acordo com fato relevante divulgado pela OGX que traz correspondência de Eike à companhia, o empresário afirma que "ressalvo meus direitos (...) no sentido de questionar as circunstâncias, a forma, o conteúdo a validade e os demais aspectos legais do pretendido exercício da opção".
A OGX anunciou na sexta-feira que seu conselho de administração aprovou o exercício da opção, chamada de "put", em meio à situação de dificuldades de caixa da companhia.
A opção foi acertada em outubro de 2012 e pela qual o empresário deverá subscrever novas ações de emissão da OGX ao preço de 6,30 reais por papel, mais de 11 vezes o valor do ativo na bolsa.
No documento divulgado nesta segunda-feira, o empresário afirma que pretende abrir procedimento na Câmara de Arbitragem do Mercado se a disputa sobre o exercício da opção não for resolvida em 60 dias.
Analistas desconfiam da capacidade de Eike de honrar com o aporte total de 1 bilhão de dólares na OGX. Na semana passada, a revista Forbes calculou que o empresário deixou de ser bilionário, com fortuna estimada agora em 900 milhões de dólares.
No anúncio da decisão sobre o exercício da opção, a OGX informou que 100 milhões de dólares devem ser recebidos imediatamente, ficando o saldo a ser desembolsado por Eike à medida que a empresa precisar de caixa adicional.
A derrocada da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do grupo de empresas de Eike, ganhou força após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira. No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos antes consideradas promissoras.
Com situação crítica de caixa e fracasso em sua campanha exploratória até o momento, em agosto a OGX desistiu de adquirir nove dos 13 blocos que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, evitando o pagamento de 280 milhões de reais ao governo por direitos exploratórios.
(Por Gustavo Bonato)
Leia aqui a íntegra do fato relevante.
*Brasil247
*FláviaL.

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